Patrimônio pulsante: manifestações sociais e a apropriação simbólica do patrimônio cultural na área central carioca
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/26330 http://dx.doi.org/10.22409/PPGAU.2021.d.13037520779 |
Resumo: | O objetivo desta tese é investigar e problematizar a complexa relação entre o patrimônio cultural e as manifestações sociais no processo histórico de conservação do patrimônio cultural da área urbana histórica da cidade do Rio de Janeiro, enquanto centralidade, desde o período de redemocratização política do Brasil até os dias atuais. Pretende-se associar historicamente as apropriações dos bens culturais edificados às manifestações sociais e suas consequentes depredações populares e salvaguardas governamentais. Investigando, através destes vieses, o processo de representatividade social, consolidação simbólica e reafirmação do poder do patrimônio cultural da região. O trabalho tem como objetivo específico identificar o papel desempenhado pelo patrimônio cultural para a conformação do território nas manifestações sociais, enquanto propulsor ou articulador destas. E, dialeticamente, perceber de que modo as depredações ou ações de apropriação evidenciam e/ou legitimam aquele bem enquanto patrimônio a ser preservado e sua representação para aquela sociedade. Distinguir e entender por que determinada edificação ou ambiente urbano tem poder simbólico impregnado capaz de catalisar concentrações sociais. Proteger ou preservar o patrimônio cultural utilizando cercas e grades durante as grandes manifestações é a melhor forma de prevenir depredações? Ou ao distanciar, afastar ou retirar o patrimônio do campo relacional afetivo (físico e visual) dos cidadãos, estaremos também esvaziando-o de significações e, com isto, dificultando o seu entendimento como bem a ser preservado e não depredado? São estas algumas das questões que reforçam a inquietação de investigar os motivos da persistência histórica das manifestações sociais no Rio de Janeiro em pontos específicos da cidade. O objeto empírico da pesquisa, o patrimônio cultural da área central da cidade do Rio de Janeiro, será debatido por meio das apropriações sociais e medidas de prevenção de danos adotadas durante as manifestações, sejam elas: culturais (carnaval, eventos festivos) ou políticas (protestos). Questionando as imposições formais enquanto medidas de salvaguarda em relação ao bem público. Discutindo, assim, seu valor simbólico e seu poder de aglutinação e dispersão. Recorre-se ao conceito de ancoragem e objetivação como estratégia metodológica, entendendo que os acontecimentos históricos, manifestações, apropriações, repressões ou simbolismos são ações espontâneas que colaboram para constituir representações no presente. Evidenciadas por recortes de jornais, fotografias e crônicas, livros, além de pesquisa documental pelo IPHAN, INEPAC e IRPH, serão importantes mecanismos de reflexão sobre os atores, as trocas, formas, processo e o tempo, fundamentais nas discussões da memória urbana. Toma-se como hipótese a seguinte indagação: Será que é preciso que haja depredação para que haja uma salvaguarda? As depredações ou ausência de salvaguardas efetivas podem indicar ainda que aquele bem não representa valor reconhecido que justifique sua permanência para aquela parcela da sociedade e, portanto, “pode” se deteriorar, ou cabendo um debate a respeito de seu realojamento, destruição ou reformulação. Adota-se o sentido de manifestação como ativismo, visando expressar publicamente ideias, considerando a influência do espaço nas transformações impostas à e pela sociedade. E trata-se como máscaras os elementos de ocultação e explicitações de ideais, significações e representações, ou depredativas ou de salvaguardas. |