Vício, distância e mídia nas cartas a Milena, de Franz Kafka

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lamha, Leonardo Petersen
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14832
Resumo: A presente dissertação consiste principalmente numa leitura das cartas amorosas de Franz Kafka a Milena Jesenská em diálogo com a teoria da mídia, de modo a discorrer sobre mensagens e mensageiros, longa distâncias, mensagens que não chegam, mensagens que não partem; sobre o remetente que envia, o destinatário que espera, e o que acontece no meio do caminho; sobre o que é transmissível e o que não é. As cartas a Milena constituem objeto privilegiado para essa investigação na medida em que embrenham amor, distância e tecnologia: Kafka e Milena mantiveram, por um ano, uma relação quase exclusivamente epistolar, e essa distância é constantemente problematizada nas cartas, bem como causa direta de ansiedades e, possivelmente, do amor. O método de investigação consiste em: 1) isolar a obsessão de Kafka por mensagens e mensageiros em contos, romances, aforismos e anotações; 2) uma leitura de teóricos da mídia que trabalham o universo de problemas das tecnologias de comunicação, especialmente Sybille Krämer, Friedrich Kittler e Bernhard Siegert; 3) uma leitura do texto de Cartas a Milena procurando destacar como Kafka sofre o que chamaremos de pathos da distância de proximidade utilizando as cartas como tecnologia de se aproximar e de separar ao mesmo tempo. Por fim, discute-se outras interpretações da falência postal entre Kafka e Milena no contexto das transformações históricas no final do século 18 e começo do 19 e conclui-se com uma possível relação entre mídia e eros