Mapeamento geoquímico de baixa densidade por sedimentos de corrente da bacia hidrográfica do Rio Doce para definição de background multielementar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Botelho, Leonardo Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33964
Resumo: A bacia hidrográfica do Rio Doce (BHRD) é a segunda maior bacia do sudeste, em termos de tamanho e importância socioeconômica. Ela engloba um total de 228 municípios, sendo 200 deles no estado de Minas Gerais e 28 no Espírito Santo. Tem grande influência hídrica na região sudeste e corresponde à uma considerável parcela do PIB do estado de Minas Gerais. Além de sua grande relevância, essa bacia também foi palco do maior desastre ambiental da América Latina, o rompimento da barragem de Mariana em 2015. Embora esse desastre não seja objeto de estudo direto do presente trabalho, ele reforça a necessidade de estudos de background geoquímico na região. Em razão disso, o objetivo principal é definir a assinatura do background geoquímico da BHRD, caracterizando as contribuições geogênica e antrópica, ou seja, as concentrações naturais (background) e possíveis concentrações oriundas das atividades humanas. A partir dessa caracterização geoquímica, futuras contribuições antrópicas poderão ser diagnosticadas e quantificadas de forma precisa. Para alcançar tal objetivo, foram utilizadas 540 amostras de sedimentos de corrente de fração inferior a 80 mesh, coletadas entre 2009 e 2010, pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM). As amostras foram digeridas em água régia (sistema aberto) e a concentração de 52 elementos (Ag, Al, As, Au, B, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, Ge, Hf, Hg, In, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nb, Ni, P, Pb, Pd, Pt, Rb, Re, S, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ta, Te, Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr), foram determinadas utilizando ICP-MS e ICP-OES. Para a obtenção de valores de background de todos os elementos analisados, o processamento dos resultados de cada amostra foi realizado através dos métodos geoestatísticos MAD e TIF-Box Plot, considerando as unidades geológicas. Fator de enriquecimento, fator de contaminação, índice de poluição, grau de contaminação modificado e risco ecológico potencial foram calculados considerando os seguintes elementos: Cd, Cr, Cu, Hg, Mn, Mo, Ni, Pb, Sb, U e Zn. A partir do cálculo dos valores de background e índices ambientais, foram confeccionados mapas geoquímicos para avaliar suas distribuições ao longo da BHRD. A interpretação dos mapas geoquímicos foi feita com ênfase nos onze elementos potencialmente tóxicos (EPT), de modo a comparar as concentrações obtidas com os valores contemplados na legislação ambiental brasileira. Analisando os valores de background multi-elementares e os índices ambientais principais (fator de enriquecimento, fator de contaminação, grau de contaminação modificado e risco ecológico potencial) nota-se que a BHRD contém diversas anomalias positivas, majoritariamente relacionadas a fatores geogênicos. As anomalias de Cd e Hg, cujas concentrações ultrapassaram o nível 2 estipulado pela resolução n° 454 do (Brasil, 2012), representam possíveis contaminações antrópicas.