Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Elisa De Magalhães E |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/9528
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Resumo: |
Filiado ao quadro teórico-metodológico da Análise do Discurso de linha francesa desenvolvida por Michel Pêcheux, a presente dissertação tem como objetivo empreender uma análise acerca da forma como as características e os papéis sociais atribuídos a homens e mulheres são questionados ou naturalizados no discurso de divulgação científica. Para isto, selecionamos como objeto de estudo reportagens de capa da revista Superinteressante que abordam temas relativos a gênero, sexualidade e comportamento. O corpus consiste em 14 reportagens espalhadas por 12 edições da revista, trabalhadas com base em quatro perguntas centrais: 1) qual imagem de ciência comparece em Superinteressante?; 2) quais imagens de masculino e feminino/homem e mulher comparecem em Superinteressante?; 3) para Superinteressante, as diferenças entre homens e mulheres se dão devido a fatores biológicos ou ideológicos?; e 4) como Superinteressante leva em conta a questão do feminismo e da possibilidade de igualdade entre os sexos?. Tomando o sujeito como clivado e interpelado pela ideologia, e o sentido como também determinado ideologicamente e sempre passível de deslizamento, procuramos compreender como é constituído e posto em funcionamento um determinado discurso institucional a respeito do que significa ser homem ou mulher. Superinteressante é a principal revista de divulgação de ciência e tecnologia do Brasil, muito embora suas reportagens também abordem outras áreas, como artes e cultura pop. Em suas páginas, a revista mobiliza uma memória de ciência e de gênero constituída, no Ocidente, no começo da era moderna, gerando efeitos de sentido que apontam para um conhecimento científico unívoco e infalível e para uma naturalização do binarismo de gênero e das funções sociais comumente atribuídas, em nossa formação social, a homens e mulheres. Entre outros efeitos de sentido possíveis, o discurso da revista aponta para uma correlação entre masculino/atividade e feminino/passividade, para uma culpabilização da mulher por males como o próprio machismo, para uma diferenciação natural na forma como homens e mulheres se comportam em diversas esferas da vida social e para uma suposta ineficácia de movimentos políticos como o feminismo. Embora, em alguns momentos, a revista reconheça a desigualdade entre homens e mulheres e admita alguma possibilidade de mudança, como, por exemplo, no caso da violência sexual, ao mobilizar a ideia de um progresso científico contínuo e um imaginário de gênero como um imperativo biológico, Superinteressante produz um trabalho de eternização segundo o qual as relações de gênero tais quais as conhecemos são o ápice do desenvolvimento humano, faltando apenas solucionar uns poucos problemas |