Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bender, Bianca Jucá |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/29994
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Resumo: |
Este trabalho é resultado da pesquisa e análise do livro de leitura Seára Patriotica, de autoria de Antonio Faria. Analisamos três edições do livro, correspondentes aos anos de 1926, 1927 e 1934, construindo uma reflexão sobre as mudanças e permanências no conteúdo do livro. Neste estudo, objetivamos compreender como a nova ordem republicana, principalmente no estado de São Paulo, era trabalhada nos manuais escolares, tomando como indicador o livro Seára Patriotica. Elencamos algumas leituras da obra para aprofundar a análise, dentre elas, as que apresentavam símbolos patrióticos, afirmação de heróis, o mundo do trabalho e setores produtivos (sistema cafeicultor e industrialização), assim como valorização dos aspectos nacionais. Na trajetória intelectual do autor, concentramo-nos na sua experiência como professor, na qual está ancorada sua posição de considerar importante, nas leituras desenvolvidas, dentro dos sistemas formais de ensino, destacar os aspectos da nacionalidade. Ao analisarmos as leituras que compõem o livro, deparamo-nos com algumas questões norteadoras da nossa pesquisa, tais como: quais elementos republicanos destacam-se no Seára Patriotica? Por que urgia formar as futuras gerações sob o véu homogeneizador de uma identidade nacional? Por que e como formar os trabalhadores da nação? Organizamos as leituras por temas, dentre eles: Os Heróis da Pátria; Os Trabalhadores da Pátria; Os desbravadores da Pátria. Desta forma, foi possível traçar uma linha de reflexão sobre as questões sociais, políticas e econômicas do início do século XX, de modo a contextualizar a escrita do livro em tela no conjunto de relações apontadas pela historiografia. De um ponto de vista metodológico, iniciamos a pesquisa com o debate entre autores como Alain Choppin, Allonso, Ossenbach e Somoza a respeito da definição dos manuais escolares. Os trabalhos de Circe Bittencourt e Rosa de Fátima Souza foram importantes para aspectos da História da Educação do período, no estado de São Paulo. Os estudos referentes à História Social da Educação basearam-se nos escritos de Thompson por elucidar a importância de compreender a cultura não como um consenso, mas como um campo de disputas. A pesquisa na Hemeroteca Digital Brasileira – BN foi parte importante desta pesquisa, uma vez que proporcionou observar, através da imprensa paulista e de outros estados brasileiros, os caminhos percorridos pelo autor e pela obra, ao longo das décadas de 1920, 1930 e 1940. Por fim, compreender o livro de leitura como um impresso do seu tempo, inserido em um contexto histórico e permeado pelas questões que estavam em ebulição no início do século XX, visa contribuir para as pesquisas com manuais escolares. Foi possível concluir que, no estado de São Paulo, no período da Primeira República, o professor Antonio Faria integrou uma rede de sociabilidade, que integrava imprensa e rede de escolarização pública, na qual a publicação de um manual escolar, no formato de livro de leitura, integrava os esforços de formação da classe trabalhadora em conexão com o fortalecimento do projeto republicano. |