Avaliação do componente intraepitelial e de células neoplásicas ocultas pelo infiltrado inflamatório no prognóstico de pacientes portadores de melanoma cutâneo diagnosticados inicialmente com in situ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pantaleão, Luciana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27142
Resumo: Introdução: Melanomas são neoplasias de mau prognóstico quando não diagnosticadas em sua fase mais inicial. A retirada total da lesão diagnosticada precocemente é, até o momento, o único tratamento efetivo para a doença. Nos últimos anos, graças ao aprimoramento de técnicas de detecção precoce e maior conscientização da população, o diagnóstico de melanoma cutâneo in situ, considerado de excelente prognóstico, tem sido cada vez mais frequente. Entretanto, alguns autores têm relatado raros casos de melanomas in situ apresentando recorrência, metástase e óbito. Muitas variáveis clínicas e histopatológicas têm sido sugeridas como causa desse comportamento, entre elas, diâmetro máximo dos ninhos juncionais, extensão neoplásica para o epitélio anexial, células neoplásicas ocultas pelo infiltrado inflamatório subjacente e regressão histológica espontânea. Porém, nenhum estudo, até o momento, definiu as causas desse comportamento. Objetivo: Verificar se o diâmetro dos ninhos juncionais, a extensão do comprometimento dos anexos e a presença de células neoplásicas em meio ao infiltrado inflamatório ativo correlacionam-se com a má evolução de pacientes portadores de melanoma cutâneo in situ. Material e métodos: Estudo retrospectivo de lesões cutâneas com diagnóstico inicial de melanoma in situ. Os casos foram submetidos a estudo imuno-histoquímico com os anticorpos Melan-A e HMB-45 para verificar a presença de melanócitos na derme e, caso positivo, medir a profundidade destas células. Nos casos com anexotropismo, foi medida sua extensão vertical. Naqueles com predomínio de ninhos juncionais expansivos, foi medido o seu maior diâmetro. Estes dados foram correlacionados com o tempo de sobrevida livre de doença para avaliação da sua utilização como fator prognóstico. Resultados: Fora identificados 445 melanomas in situ em 368 pacientes, com idade média de 54 anos e predomínio do sexo feminino (57,6%). Houve predomínio de lesões no tronco em ambos os sexos (40,5% nos homens e 40,3% nas mulheres). O número de casos diagnosticados mostrou-se crescente ao longo dos anos. Nove casos apresentaram evolução desfavorável: seis com recidiva e três com metástases regionais. Células neoplásicas na derme foram identificadas, pelo estudo imuno-histoquímico, em 53 casos. Apresentaram correlação estatisticamente significativa com a má evolução: idade (média 66,3 anos), topografia (cabeça e pescoço; membros inferiores), presença de infiltrado inflamatório (independente do tipo) e o diâmetro do maior ninho juncional, naqueles casos constituídos predominantemente por ninhos expansivos juncionais. Presença e extensão do anexotropismo não se correlacionaram com a má evolução de forma significativa estatisticamente, assim como presença de regressão e de células neoplásicas na derme, isoladas ou em pequenos grupos. Conclusão: Melanomas in situ evoluem com recidiva ou metástases em cerca de 2,02% dos casos, em geral em lesões diagnosticadas em pacientes 12,7 anos mais velhos do que aqueles com boa evolução. Nas lesões em que há predomínio de ninhos expansivos juncionais, o maior diâmetro dos ninhos se relaciona, com significância estatística, com a má evolução dos pacientes. Lesões localizadas na cabeça e pescoço e membros inferiores tem maior probabilidade de apresentar má evolução. Anexotropismo e células na derme, ocultas pelo infiltrado inflamatório, não mostraram correlação estatisticamente significativa com a evolução. A amostra deve ser ampliada em novos estudos.