Reconstrução da variação do gradiente térmico na coluna d´água do sistema de ressurgência de Cabo Frio (RJ) ao longo dos últimos 150 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gomes, Vitor Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/1572
Resumo: Registros paleontológicos de regiões de ressurgência são relevantes, pois possibilitam o entendimento da dinâmica do fenômeno e as alterações provocadas por ele na coluna d’água ao longo do tempo. Para acessar essa informação, é muito difundida a utilização da assembleia e geoquímica isotópica de foraminíferos planctônicos, visto que são considerados ótimos bioindicadores para paleoceanografia. O objetivo desta dissertação foi reconstruir nos últimos 150 anos a dinâmica das massas d’água do Sistema de Ressurgência de Cabo Frio (RJ) e analisar sua influência na variação térmica entre superfície e termoclina, bem como os reflexos sobre a produtividade. Para isso, foram utilizadas as assembleias e geoquímica isotópica das carapaças dos foraminíferos planctônicos de três testemunhos tipo box-cores coletados na plataforma continental de Cabo Frio. Foram definidas fases oceanográficas interpretadas a partir das assembleias para cada porção analisada da plataforma continental com a finalidade de discutir alterações nas influências das massas d’água ao longo do tempo. A plataforma externa indicou predomínio de águas quentes e oligotróficas em resposta ao maior volume da AT, devido à aproximação da frente interna da CB. A plataforma média distal apresentou predomínio de águas quentes e oligotróficas, a exemplo da plataforma externa, porém com períodos de aumento de influência da ACAS principalmente a partir de aproximadamente 1915. Já na plataforma média foi indicado crescimento contínuo da influência de águas de menor temperatura e produtivas, sugerindo maior intrusão da ACAS. A plataforma externa apresentou estrutura térmica mais homogênea devido ao domínio da AT. Enquanto isso, em direção à parte central da plataforma média, a maior presença da ACAS provocou maiores diferenças térmicas verticalmente, bem como refletiu no crescimento da produtividade ao longo do tempo. As variações no gradiente térmico entre superfície e termoclina, calculadas através das diferenças de temperaturas registradas por G. ruber e N. dutertrei, reforçaram a evolução da dinâmica das massas d’água e configurações oceanográficas estabelecidas anteriormente pela análise das assembleias para a plataforma continental. A plataforma média, local de maior intrusão da ACAS na zona fótica, mostrou Tst com tendência de aumento nos últimos 150 anos. Os resultados obtidos estão de acordo com outros estudos realizados no SRCF, os quais indicam aumento de força da ressurgência no último um século e meio