Infecção de corrente sanguínea em pacientes com câncer ginecológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Meireles, Luciano de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4734
Resumo: As infecções de corrente sanguínea (ICS) são complicações frequentes em pacientes com câncer. O objetivo deste estudo foi descrever as características epidemiológicas, clínicas e microbiológicas das ICS em pacientes com câncer ginecológico. Método: uma série de 311 episódios de ICS com comprovação microbiológica (ICS-CM) detectadas em 288 pacientes com câncer ginecológico assistidas no Hospital do Câncer II de janeiro/2002 a dezembro/2009. Para análise das variáveis categóricas, foram utilizados o teste do qui-quadrado ou o teste exato de Fisher e, para as variáveis contínuas, os testes t de Student, Mann-Whitney ou de regressão linear com cálculo do coeficiente de correlação (R2). P-valores ≤ 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: 205 (66%) episódios foram hospitalares; 85 (27%) comunitários, 13 (4%) relacionados à assistência à saúde e 8 (2,57%) corresponderam a neutropenia febril. As ICS secundárias foram mais frequentes (148; 47,58%) do que as primárias (141; 45,34%); dentre as secundárias, grande parte deveu-se a infecções urinárias (79; 53,4%). Dentre os 336 microrganismos isolados, os mais frequentes foram Escherichia coli (70; 20,83%), Staphylococcus aureus (66; 19,64%), staphylococcus coagulase negativo (SCN; 37; 11,01%), Klebsiella pneumoniae (33; 9,82%) e Pseudomonas aeruginosa (26; 7,74%). A prevalência global de microrganismos multirresistentes (MMR) foi 17,56% (59 MMR em 336 amostras): 11 (3,27%) amostras de S. aureus resistentes à oxacilina (MRSA), 14 (4,2%) amostras de gramnegativos entéricos resistentes às cefalosporinas de 3ª/4ª geração, 29 (8,63%) amostras de gramnegativos não fermentadores (GNNF) resistentes às cefalosporinas de 3ª/4ª geração, 5 (1,5%) amostras de GNNF resistentes aos carbapenemas. Em 224 (72%) episódios, o escore de Pitt foi ≥2. A mortalidade bruta foi 39,86% (114) com 57,89% (66) dos óbitos relacionados às ICS. Conclusão: as ICS são eventos associados a elevada mortalidade. Estes dados sugerem que as infecções urinárias, de evolução geralmente benigna na população geral, devem ser nas pacientes com câncer ginecológico, objeto de uma abordagem preventiva, diagnóstica e terapêutica mais cuidadosa. Estudos futuros, que avaliem os fatores determinantes para o óbito serão fundamentais para um melhor entendimento do prognóstico dessas pacientes