A voz ancestral das religiosidades tradicionais moçambicanas na obra de Paulina Chiziane

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sabino, Camila Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24854
http://dx.doi.org/10.22409/POSLIT.2021.d.11019521724
Resumo: Debruçar-se sobre as religiosidades tradicionais moçambicanas representa adentrar em um campo de conflitos epistêmicos. Essa temática e seus desdobramentos são investigados nesta tese e estão presentes no corpus literário selecionado. A trilogia composta por Na mão de Deus (2012); Por quem vibram os tambores do além? (2013) e Ngoma Yethu, o Curandeiro e o Novo Testamento (2015), construída pela escritora moçambicana Paulina Chiziane, em parceria com os autores Maria do Carmo da Silva (médium espírita); Samuel Rasta Pita (curandeiro) e Mariana Martins (curandeira cristã), encena a polifonia ancestral capaz de reunir vozes de vivos e mortos em narradores e personagens que convocam uma escuta ativa do receptor, através da ritualização da palavra que materializa a comunicação. Tal comunicação convoca o corpo e a concepção ética de um modo afro de viver como denomina o filósofo brasileiro Muniz Sodré, assim como nos move a pensar as exclusões epistêmicas abissais das quais nos fala o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. Ambas as discussões, em diálogo com a troca intercultural entre as expressões religiosas ocidental e africana pensada pelo camaronês Achille Mbembe, compõem a linha teórica do presente estudo. A dupla autoria e a natureza cambiante das obras, cuja estrutura categorizamos como romance-ensaio, com base nos estudos de Mikhail Bakhtin e Terezinha Taborda Moreira, por exemplo, são compreendidas como representantes da performance do diálogo, exercício principal dos enredos e chave para compreender a relação entre autores, narradores e o próprio receptor.