Elementos CRISPR e sua associação com resistência e virulência entre amostras de enterococos resistentes (VRE) e sensíveis (VSE) à Vancomicina
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6154 |
Resumo: | Nas últimas décadas, o uso indiscriminado de antimicrobianos, aliado às habilidades de aquisição e transferência de genes de virulência e resistência, têm sido responsáveis pelo crescente envolvimento de enterococos, sobretudo VRE (Enterococos resistentes à vancomicina) em Infecções relacionadas à Assistência à Saúde (IrAS). Estudos recentes têm demonstrado que a perda ou ausência de CRISPR (Clustered, regularly interspaced short palindromic repeats) podem estar diretamente relacionadas ao aumento da virulência e da resistência em enterococos. Diante disso, o objetivo deste estudo foi o de comparar o potencial de virulência, resistência e a presença de elementos CRISPR entre cepas VRE e VSE (Enterococos sensíveis à vancomicina) de diferentes origens. Ao todo, 180 amostras de enterococos foram analisadas, sendo 91 VREs (de infecção ou colonização) e 89 VSE (uma amostra de infecção endodôntica, nove de origem alimentar, 10 de "swab" retal de gestantes e 69 de infecções em pacientes com câncer). As amostras foram submetidas a identificação e/ou confirmação da espécie por PCR e MALDI-TOF, resultando em 95 E. faecalis, 77 E. faecium, cinco E. gallinarum e um E. casseliflavus. Outras duas amostras (E. avium e E. durans) foram identificadas no laboratório de origem. Entre os genes de virulência pesquisados, o gene gelE foi o mais encontrado, ocorrendo em 79 (43,9%) amostras, seguido pelo genes esp com 77 (42,8%) e asa1 com 68 (37,8%) amostras positivas. Não houve diferença significativa na prevalência de genes de virulência entre amostras dos grupos VRE e VSE. Por meio do teste de difusão em ágar, foi observada uma alta taxa de amostras multirresistentes, principalmente em E. faecium, sendo, de maneira geral, observada maior taxa de resistência para eritromicina (n=131; 72,8%), seguido das fluoroquinolonas (n=111; 61,6 %). Entre as 152 amostras resistentes ou intermediárias à eritromicina, 92 (60,5%) apresentaram o gene ermB. Por sua vez, todas as 91 amostras VRE apresentaram o gene vanA. O sistema CRISPR 3-Cas foi o mais frequente com 63 (35%) amostras positivas, seguido por CRISPR 2 e CRISPR1-Cas com 44 (24,4%) e 43 (23,9%) amostras positivas, respectivamente. Foi possível observar que existe uma correlação evidente entre espécie e presença de regiões CRISPR, uma vez que tais regiões foram muito mais comuns em E. faecalis do que em E. faecium (p<0,01). Da mesma forma, regiões CRISPR foram muito mais comuns em amostras VSE do que em VRE (p<0,01). Genes de resistência à vancomicina (vanA) e aminoglicosídeos [aph(2")-Ib e aph(2")-Ic] e os genes de virulência esp e hyl foram encontrados com maior frequência em amostras sem elementos CRISPR (p<0,05), sugerindo que amostras com sua defesa genômica comprometida, ou seja, sem elementos CRISPR, podem ser mais permissivas a entrada de elementos genéticos móveis contendo tais genes |