Ethos de resistência: entre civilização e barbárie, em Se o passado não tivesse asas, de Pepetela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carneiro, Adriano Guedes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22578
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo analisar o romance Se o passado não tivesse asas (2016), do escritor angolano Pepetela, sob o prisma do conflito entre civilização e barbárie, buscando a construção de uma ideia de resistência como forma de reencenar o passado de Angola, possibilitando a sua reinterpretação e questionando a sua história oficial. Discutir-se-á os conceitos de cultura, civilização e barbárie transplantados para Angola pelo colonialismo, partindo do pensamento de Terry Eagleton e Raymond Williams. Bem como o funcionamento destes conceitos em território africano e a história angolana, a partir de Kwane Anthony Appiah, Felwine Sarr, Valentim-Yves Mudimbe, Achille Mbembe e Paulo Fagundes Visentini. A seguir, buscar-se-á o estudo do tempo no romance, averiguando a relação da história com a ficção e o papel de Pepetela enquanto historiador e ficcionista. Estudar-se-á o espaço-tempo, através da figura dos cronotopos, conforme a compreensão de Mikhail Bakhtin, além da Ursprung (a Origem) de Himba, conforme preconizada por Walter Benjamin, nas teses sobre o conceito de história e em A origem do drama barroco alemão (1928). Por fim, analisar-se á a estética do romance, aproximando-o do pós-modernismo e do neonaturalismo. As personagens aqui entendidas como figuras, segundo a teoria da figuração de Carlos Reis, serão apresentadas como ruínas de um projeto político decadente, colocado em xeque a fim de alertar para a necessidade de superar a Erlebnis e se buscar a Erfahrung, os quais podem ser traduzidos respectivamente como reminiscência e rememoração