Perfil clínico e epidemiológico da Síndrome de Guillain-Barré na região assistencial de saúde de Barbacena/MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rabello, Francisco de Assis Pinto Cabral Júnior
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26890
http://dx.doi.org./10.22409/PPGMN.2020.m.06373784401
Resumo: A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) diz respeito a um grupo de polirradiculoneuropatias adquiridas de origem imunomediada, de caráter inflamatório agudo e evolução monofásica. É considerada a principal causa de neuropatia periférica com paralisia flácida aguda no mundo. A SGB pode assumir variações regionais, tanto quanto a manifestações clínicas quanto a fatores de suscetibilidade e prognóstico. Pelo fato da SGB ser uma doença sub-relatada e de comportamento pouco conhecido na região assistencial de saúde de Barbacena/MG, pretendemos, neste estudo, realizar uma busca documental em prontuário para caracterizar o perfil clínico e epidemiológico de 33 pacientes atendidos com SGB entre novembro de 2014 e abril de 2020 no hospital de referência da região de Barbacena. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, com abordagem quantitativa e finalidade observacional (coorte histórica retrospectiva). O nível de acurácia diagnóstica foi razoável ou excelente na maioria dos pacientes (75%). O coeficiente de incidência média encontrado foi de 1,9 casos/100.000 habitantes/ano e mortalidade de 6%, com elevada taxa de complicações clínicas não fatais (48,5%), principalmente infecciosas. A SGB acometeu mais o sexo masculino (razão entre os gêneros 2:1) e o aumento da idade foi fator de suscetibilidade. Os fatores imunossensibilizantes mais comuns foram a gastroenterite (30,3%), seguido por infecção de vias aéreas superiores (15,2%) e vacinação (12,1%). Observamos aumento estatisticamente significativo na incidência da SGB no biênio 2015-2016 em relação aos demais períodos estudados (p=0,041), com prejuízo no estabelecimento de causalidade com a circulação do vírus Zika na região. Também obtivemos associação estatística (p=0,013) entre alto risco predito e necessidade de ventilação mecânica na primeira semana pelo escore Erasmus SGB de Insuficiência Respiratória (EGRIS), calculado na admissão hospitalar. Concluímos, portanto, que o escore EGRIS pode ser utilizado no departamento de emergência de serviços de saúde brasileiros como ferramenta auxiliar na tomada de decisões, inclusive, de transferência precoce do paciente ao CTI (se EGRIS = 5 pontos). Pesquisas futuras são necessárias para avaliar uma possível relação entre a gastroenterite e a prevalência de variantes neurofisiológicas axonais de SGB na população de Barbacena, levando em consideração que a maioria dos pacientes na região apresentaram incapacidade neurológica moderadamente grave na admissão e prognóstico pobre para a marcha ao seis meses de evolução de sintomas.