A cruz e a espada: o surgimento da União Católica Militar e sua atuação político-educacional (1917-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Torres, Pedro Henrique Lessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28600
Resumo: Esta tese objetivou compreender o surgimento da União Católica Militar (UCM) e a sua atuação político-educacional no sentido de religar o reacionarismo católico com as Forças Armadas Brasileiras após o afastamento proporcionado pela Proclamação da República. Para tal, investigou-se o papel desempenhado pela Igreja Católica e pelas Forças Armadas na relação com essa associação (UCM), entre 1917 e 1930, período de consolidação da aliança católico-militar. A metodologia adotada envolveu uma investigação acerca dos periódicos e intelectuais que sustentavam a visão de mundo e o projeto político-educacional da UCM enquanto aparelho de hegemonia conservadora. Nesse estudo, constatou-se que a penetração católica nas Forças Armadas, projeto acalentado pela Igreja Católica desde o afastamento ocasionado pela Proclamação da República sob a liderança de militares positivistas, somente obteve êxito quando se associou à finalidade de conter a indisciplina nos meios militares, no contexto do movimento tenentista, passando a receber maior apoio político e respaldo por parte do oficialato militar. Através de uma ação educativa baseada no nacionalismo e catolicismo, buscou-se uma reconfiguração simbólica conservadora no meio militar, operando por meio de discursos e pela (re)criação de tradições. Encerrado o movimento militar tenentista e desarticulado o tenentismo como grupo político, no decorrer da década de 1930, a UCM manteve-se ativa, transcendendo o contexto que fomentou seu desenvolvimento inicial. Para fins de análise, os principais periódicos estudados foram: O Centurião, O Bom Soldado e O Bom Militar, todos editados pela UCM e inéditos enquanto objeto de pesquisa historiográfica. No que diz respeito aos intelectuais, os principais foram: padre Desiderio Deschand, Jackson de Figueiredo e padre Leonel Franca. Dentre os principais êxitos conservadores para os quais a UCM concorreu, estão a oficialização do retorno do serviço de assistência religiosa às Forças Armadas e a difusão do festejo cívico-religioso conhecido como a Páscoa dos Militares. Através da UCM, temos a chegada organizada de um catolicismo ortodoxo nas Forças Armadas, favorecendo neste meio a expansão de um conservadorismo religioso. Duas ordens religiosas católicas se destacaram neste processo: vicentinos e jesuítas.