Estudo de prevalência de características clínico-demográficas e achados endoscópicos digestivos altos em mulheres com queixas dispépticas do Hospital Universitário Antonio Pedro, Niterói, Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Costa, Márcia Cristina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8029
Resumo: Introdução: A Dispepsia é a queixa digestiva alta mais comum na população global, podendo estar associada a achados endoscópicos negativos ou lesões orgânicas. A literatura mostra que a Endoscopia digestiva alta está associada à taxas relativamente baixas de identificação de lesões nos pacientes com sintomas dispépticos. Até 75% dos pacientes apresentam achados endoscópicos negativos e são diagnosticados com Dispepsia Funcional (DF), sem uma causa detectável. Estes pacientes estão incluídos no grupo das Doenças Funcionais Gastrointestinais (DFGI). Desde 1990 os critérios de Roma são utilizados para o diagnóstico da DF. Apesar da grande prevalência da DF na população global, existem poucos estudos investigando a relação entre gênero e dispepsia na população geral. Trabalhos recentes têm demonstrado que as mulheres são mais propensas a relatar sintomas de DF e atender critérios diagnósticos de DF quando comparada aos homens. Objetivos: Avaliar a prevalência de achados endoscópicos e sua associação com sintomas dispépticos em pacientes do sexo feminino submetidas à EDA. Material e Métodos: Avaliamos retrospectivamente a prevalência de achados endoscópicos positivos e negativos em uma população de mulheres acima de 20 anos com sintomas dispépticos, submetidas à EDA no Hospital Universitário Antonio Pedro, de março/2007 a março/2010. Foram excluídos pacientes com diagnóstico prévio de doenças sistêmicas ou do aparelho digestivo alto, urgências endoscópicas e pacientes em programas terapêuticos endoscópicos. Resultados: Um total de 1651 pacientes foram submetidos à EDA, 193 (11,68%) do sexo masculino e 1458 (88,31%) do sexo feminino. Destes, 864 pacientes apresentaram sintomas dispépticos como indicação da realização de EDA, 51 homens e 813 mulheres, o que corresponde a 26,42% e 55.76% respectivamente (p<0,01). A média das idades dos pacientes submetidos à EDA devido à dispepsia foi 56,15 anos (± 16,02) para os homens e 51,04 anos (± 13,12) para as mulheres (p>0,05). Do total de 864 pacientes dispépticos, 443 (51,27%) apresentaram EDA normal e 421 (48,73%) apresentaram lesões orgânicas. Dividindo o grupo de pacientes com EDA normal em subgrupos por sexo, 27 homens (52,9%) e 416 mulheres (51,2%) apresentaram EDA normal (p>0,05). Gastrite erosiva e hérnia hiatal representaram juntas mais de 50% dos achados positivos nas mulheres. A prevalência de neoplasia em nosso estudo foi baixa. Conclusões: No presente estudo, observamos que a prevalência de sintomas dispépticos como indicação clínica para realização de EDA foi significativamente maior em mulheres quando comparado aos homens. Nossos achados sugerem, assim como os resultados da literatura, que a estratégia de busca de neoplasia com realização de EDA em todos os pacientes com sintomas dispépticos apresenta baixo rendimento