Trabalho escravo contemporâneo no agronegócio em áreas do Cerrado brasileiro entre 2003-2011

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cosandey, José Victor Juliboni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34089
Resumo: A escravidão perpassa gerações e etnias das mais distintas partes do globo em diferentes épocas. Sua transformação foi visível no passar dos anos, sendo escravo os perdedores de guerras ou mesmo pessoas que eram impostas como escravos desde o seu nascimento, dependendo ou não da cor de pele. Diversas obras milenares, presentes até hoje, foram construídas por escravos. Com o passar do tempo, a escravidão se tornou ilegal, mas não terminou. As correntes (imagem clássica associada aos escravos) não existem hoje na sua forma visível, mas aparenta sobre o imaginário dos trabalhadores que se sentem presos ao patrão, principalmente, a partir das dívidas. Hoje, há mais escravos que em toda a história da humanidade. No Brasil, o bioma, onde o avanço do agronegócio e o trabalho escravo se apresentam de modo expressivo, é o Cerrado. As produções de soja, cana-de-açúcar, carne bovina e carvão no Brasil têm crescido rapidamente nos últimos anos. Mesmo com a mecanização do campo, a escravidão contemporânea permanece. O objetivo desta dissertação é relacionar o impacto do crescimento do agronegócio com o trabalho escravo, apontando como o trabalhador rural atua nesse processo, sua territorialização e como são exercidas e praticadas as diferentes formas de violência executadas por fazendeiros. No Brasil, a produção agropecuária tem crescido mais rápido no Mato Grosso (Centro-Oeste) e em outros estados de expansão da fronteira agrícola no Cerrado. A prática da violência, exercida no trabalho escravo, é móvel e marcada por uma coleta de trabalhadores em escala nacional, dificultando assim ações mais contundentes de auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A servidão por dívida é a forma mais usualmente encontrada de exploração do trabalho, onde ocorrem intensas ameaças físicas e psicológicas, até que o trabalhador consiga saldar os débitos exorbitantes a qual foi submetido, por meio fraudulento ou por condições contratuais de trabalho. E é a partir dela que a escravidão contemporânea será tão utilizada pela agricultura capitalista neste século.