Hemipelvectomia: análise perioperatória e de sobrevida em 35 casos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Couto, Alfredo Guilherme Haack
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4619
Resumo: Fundamentos: Hemipelvectomia (externa ou interna) é uma cirurgia ortopédica de grande porte, indicada em sarcomas pélvicos primários do osso ou de tecidos conectivos. Devido à perda significativa de sangue e fluidos, extenso trauma tecidual, distúrbios da coagulaçã o e dor intensa pós-operatória, os cuidados perioperatórios e a anestesia são desafiadores. Objetivo: Analisar variáveis perioperatórias e as estimativas de sobrevida em cirurgias de hemipelvectomia. Métodos: Estudo retrospectivo de 35 pacientes consecutivos, submetidos a hemipelvectomia no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva entre 2000 e 2013. Foram analisadas variáveis perioperatórias. Realizada análise descritiva dos dados, expressos em médias±desvios-padrão e medianas. Para análise da sobrevida foram construídas curvas de Kaplan-Meier e realizada análise de regressão de Cox para identificar os preditores independentes de sobrevida. Resultados: Hemipelvectomia externa realizada em 23 (65,7%) pacientes. Dados pré-operatórios: mediana de idade 40 anos; peso mediano 70 kg; sexo masculino 68,5%; radioterapia pré-operatória 28,6%; quimioterapia pré-operatória 17,1%; tabagismo 42,8%; hipertensão arterial 25,7%; diabetes mellitus 5,7%; doença coronariana aterosclerótica 2,8%; asma 2,8%; insuficiência renal crônica 2,8%; refluxo gastroesofágico 2,8%; metástase pulmonar 11,4%; e depressão 5,7%. Anestesia geral combinada com regional realizada em 31 (88,57%) pacientes. Dados intraoperatórios: 23 (65,7%) pacientes apresentaram instabilidade hemodinâmica e medicamentos vasopressores foram necessários em 12 (34,2%); 6 (17,1%) apresentaram distúrbios da coagulaçã o. A mediana de infusão de cristaloides foi 3500 mL e a administração de coloides ficou entre 500 -1500 mL. Vinte pacientes (57,1%) receberam concentrado de hemácias e 4 (1,4%) necessitaram de outros hemoderivados. Trinta e três (94,2%) pacientes foram extubados na sala de operaçã o. Dados do pós-operatório: dor aguda intensa em 31,4% dos casos; 40% desenvolveram dor crônica. Dezessete pacientes (48,5%) foram transfundidos. Um paciente (2,8%) desenvolveu insuficiência renal aguda, 2 (5,7%) apresentaram distúrbios neurológicos, 1 (2,8%) apresentou arritmias e 9 (25,7%) apresentaram complicações de ferida operatória. A mediana do tempo de internaçã o após a cirurgia foi 6 dias. A média de sobrevida após a cirurgia foi 30,5±4,9 meses. Na análise bivariada, apenas estágio avançado da doença teve significância como preditor independente para morte (p=0,001, HR=6,0, IC95% para HR =2,03–17,6). Na análise multivariada ao nível de 5%, apenas os estágios avançados 3 e 4 da doença foram fator de risco independente para taxa de sobrevida reduzida. Conclusões: O tempo cirúrgico, o volume de fluidos e transfusões sanguíneas e o tempo até a alta foram menores quando comparados aos previamente reportados. A hemipelvectomia externa foi mais prevalente e apresentou menor sobrevida que a interna. Estágio avançado da doença foi preditor significativo para redução da sobrevida após hemipelvectomia