Entrada e saída de nitrogênio e fósforo em cabeceiras de drenagem cobertas por floresta Atlântica montana nas vertentes oceânica e continental da Serra dos Órgãos, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vidal, Marcella da Silva Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8493
Resumo: Concentração de nutrientes acima dos níveis naturais são encontrados até em locais remotos ou ambientes protegidos devido ao transporte atmosférico pela queima de biomassa e emissões urbanas e industriais. Assim, este estudo avaliou a deposição atmosférica de N e P nas vertentes oceânica e continental da Serra dos Órgãos, que são potencialmente influenciados pelos poluentes emitidos pela Região Metropolitana do Rio de Janeiro, pela queima de biomassa local e regional e pelo padrão de circulação atmosférico. Fluxo das formas dissolvidas de N e P foram medidas em três cabeceiras de drenagem localizadas na bacia do Rio Piabanha, sudeste do Brasil, com o objetivo de entender a dinâmica dos processos biogeoquímicos desses elementos nesses sistemas, relacionado às influências antrópicas das entradas atmosféricas, transformações e subsequente exportação através do fluxo do rio. Amostras de precipitação total (semanal; n=50) e de água dos rios (mensal; n=13) foram coletadas de setembro de 2014 a setembro 2015. Durante esse período, a precipitação anual na vertente oceânica (2163 mm) foi duas vezes maior que a vertente continental (1195 mm). Em 2014 e 2015 a precipitação na vertente oceânica foi 13 e 28% menores respectivamente que a média histórica anual de precipitação. A medição da vazão instantânea dos rios foram feitas mensalmente. A deposição atmosférica do Nitrogênio Total Dissolvido (NTD) nas vertentes oceânica e continental foram respectivamente 16 e 9,0 kg ha-1 ano-1 e as saídas de NTD pelos rios foram 5 – 7 vezes menores na vertente oceânica e 28 vezes menor na vertente continental. A contribuição relativa do nitrogênio orgânico dissolvido (NOD;52-59%) foi maior que do nitrogênio inorgânico dissolvido (NID; 41-48 %) para a deposição atmosférica de NTD. A deposição atmosférica do fósforo total dissolvido (PTD) nas vertentes oceânica e continental foram 1,4 e 0,95 kg P ha-1 ano-1. O fósforo orgânico dissolvido (POD; 90 – 95%) foi maior que o fósforo inorgânico (PO43-; 5-10%). A saída de PTD foi 2-4 vezes menor em relação à contribuição atmosférica. A contribuição relativa do POD (72-74 %) foi maior que do PID (26-28 %). Os resultados mostram variações nas quantidades e formas das espécies de N e P devido aos diferentes processos naturais e antropogênicos que contribuem para a ciclagem desses elementos nas cabeceiras da Serra dos Órgãos. A deposição atmosférica de NTD e a taxa NOD/NID na vertente oceânica foi maior que dos trabalhos anteriores já realizados na mesma área. O desbalanço entre as entradas de N e P e suas saídas encontradas nas cabeceiras pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo processos biogeoquímicos e físicos e também a uma possível subestimativa das medidas das vazões dos rios em escala anual.