Impactos socioespaciais na pecuária leiteira do sul da Zona da Mata mineira diante do Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Palha, Felipe Pimentel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33826
Resumo: O Brasil é um dos principais paises produtores de leite do mundo. Sua produção total aumenta gradativamente ano após ano. Este aumento de produção é sustentado mais pelo crescimento do rebanho do que pelo aumento de produtividade. Historicamente o estado de Minas Gerais é o que mais contribuiu para o destaque do Brasil como um dos maiores produtores de leite do mundo e por isso podemos afirmar que a pecuária leiteira é uma das atividades econômicas mais importantes de Minas Gerais. A área de estudo deste trabalho é a Zona da Mata mineira que figura entre as dez mesorregiões com maior produção leiteira de todo o país. Um fato importante para esta região apresentar grande volume de produção é que parte dela compôs, durante quase todo o século XX, a Bacia Leiteira da cidade do Rio de Janeiro. Pudemos identificar que era a parte sul da Zona da Mata mineira que compunha a Bacia Leiteira da cidade do Rio de Janeiro. Ao sul da Zona da Mata mineira estão localizados os municípios de Juiz de Fora e Lima Duarte que foram alvos de nossos trabalhos de campo onde buscamos analisar como se estruturam os sistemas produtivos dos pecuaristas leiteiros visando apurar os impactos sócioespaciais decorrentes das exigências estabelecidas pelas Instruções Normativas nº 51 e nº 62. Estas Instruções Normativas foram criadas com o objetivo de estabelecer parâmetros mínimos de qualidade para o leite e diante delas os sistemas produtivos leiteiros devem procurar maneiras para se adequarem. Algumas ações de assistência técnica estão sendo disponibilizadas aos produtores, mas ainda não são suficientes. A década de 1990 é marca dos processos de reestruturação sócioespacial da pecuária leiteira. É nesta década que o Brasil realiza a abertura comercial internacional e passa a adotar medidas de cunho neoliberal que impactaram a cadeia produtiva do leite. É no contexto de reestruturação sócioespacial da pecuária leiteira que se inserem as exigências por uma produção leiteira de maior qualidade. No início da década de 1990 o governo brasileiro ampliou os esforços para aumentar a produção e a qualidade do leite produzido nacionalmente. Estes esforços resultaram no Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) que foi aplicado através das Instruções Normativas nº 51 e nº 62. A hipótese que serviu para o desenvolvimento da nossa investigação é a de que os produtores de leite do sul da Zona da Mata mineira foram altamente afetados pela edição destas Normativas e para que as exigências estabelecidas por estes instrumentos legais fossem obedecidas elas deveriam ter sido acompanhadas de um processo educativo e de assistência técnica diminuindo os impactos da adequação dos sistemas produtivos. Como desdobramento deste nosso objetivo geral procuramos analisar quais têm sido as maneiras encontradas pelos produtores de leite para se adequarem às exigências por maior qualidade na produção analisando o papel das associações de produtores rurais e o Programa Balde Cheio.