Um corpo, multidões em corpos: encontros coletivos como territórios de afetos, conhecimentos e cuidado em saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Figueiredo, Eluana Borges Leitão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9122
Resumo: O estudo teve como objetivo compreender como um coletivo no campo da saúde de um município do estado do Rio de Janeiro vivenciou a dinâmica afetiva, organizou a vida coletiva e, ainda, buscou identificar os modos como as participantes praticaram, experimentaram e narraram a invenção de espaços educativos de Educação Permanente em Saúde (EPS) para si próprias. Sob o referencial teórico de Baruch Espinosa, composições foram tecidas permeando filosofia, saúde, educação, trabalho, política, encontro, afeto e poesia. Mediante a pergunta: “como o encontro pode fazer das trabalhadoras uma coletividade de corpos livres para agir e pensar em potência?”, mergulhei na rede de afetos em um coletivo de modo a recolher, no corpo, os efeitos das forças e dos afetos circulantes que tracejaram o conatus coletivo, a multidão e a produção do comum. Nesse sentido, fez-se necessário construir de um modo (que denominei) esquizoartesanía de pesquisar. Um antimétodo, pois carrega a estrutura de uma forma, mas não pretende reproduzi-la. Um modo em que a potência intensiva do traço esquizo se encontra com o estado de criação, de produção singular, que não se repete, que é único: artesanía. Um modo de pesquisa usado para acompanhar, em ato, os processos coletivos em um plano de consistência transitório, aberto, subordinado aos encontros, às forças, às intensidades e aos afetos. A tese aponta, então, para a inversão do fluxo dos afetos tristes na educação no campo da saúde, dando passagem à potência da alegria e à invenção de novos modos de educar que contrastam com a ideia fixa da temporalidade marcada na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), tensionando o lugar do Estado na captura da vida e da potência coletiva. Os dados foram apresentados em forma de com-posições que, depois de respeitados os preceitos éticos, foram sendo tecidas a partir da atualização das marcas corporais por meio da rememoração das afecções de meu corpo na educação, na enfermagem, na experiência coletiva e, também, por meio de escritas colaborativas das memórias dos encontros produzidas pelas participantes em forma de correspondências. O estudo segue apontando que o próprio encontro educa pela força e potência dos afetos, e que esse modo de educar, na perspectiva da criação de multidão, não precisa ser controlado ou guiado, pois vislumbra, no coletivo, os meios pelos quais os corpos singulares juntos são capazes de compor um poder comum, experimentando a liberdade ainda que em espaços quaisquer de exceção – os quais nomeio Zonas de Autonomia Coletiva (ZAC)