Aporte atmosférico e identificação de fontes de espécies químicas em cabeceiras de drenagem da Serra dos Órgãos (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Galvão, Yasmin Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28965
Resumo: As emissões urbanas, industriais e da queima de biomassa vem ameaçando, tanto as áreas de proteção ambiental quanto os locais mais remotos, sendo responsáveis pelo aumento do aporte atmosférico de substâncias acima dos níveis naturais. Nesse estudo foram monitoradas as deposições atmosféricas de nitrogênio (NH4+, NO3-, NO2-, NOD e NTD) de fósforo (PO43-, POD e PTD) e dos íons Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Cle SO42-, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Foram instalados três pontos de amostragem, que representam a vertente oceânica, o topo e a vertente continental. Amostras de deposição total foram coletadas mensalmente durante um ano. As precipitações acumuladas anuais na vertente oceânica, no topo e a vertente continental foram 3.130, 2.620 e 1.420 mm, correspondendo as altitudes de 410, 2.140 e 1.030 m, respectivamente. Foram realizadas análises das espécies químicas solúveis em água, para determinação de seus fluxos de deposição atmosférica e posterior identificação de suas principais fontes (naturais e antrópicas). Para auxiliar na identificação das fontes foram produzidos gráficos de ventos para cada ponto de amostragem. A predominância dos ventos na vertente oceânica foi do quadrante sul-leste e na vertente continental norte-oeste. O topo apresentou um padrão misto com os quadrantes norte-oeste e sul-oeste. O percentual de excesso de SO42- nos pontos de amostragem encontram-se na faixa de 91 - 94%, tendo como possíveis fontes a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (SO2), o Oceano Atlântico (CH3SCH3) e a Baía de Guanabara (H2S). Os aportes atmosféricos de nitrogênio total dissolvido (NTD) foram 11,0, 4,4 e 4,6 kg N ha- 1 ano-1 para a vertente oceânica, o topo e a vertente continental da Serra dos Órgãos, respectivamente. A contribuição relativa do nitrogênio inorgânico dissolvido (NID) foi maior que a do nitrogênio orgânico dissolvido (NOD) para a deposição atmosférica de NTD. Segundo a revisão de dados dos últimos 15 anos na Serra dos Órgãos, foi observada uma redução contínua e acentuada do aporte atmosférico de NH4+, de aproximadamente 7 até 1 kg N ha-1 ano-1, ao passo que no período o aporte de NO3- oscila entre, aproximadamente, 2 e 5 kg N ha-1 ano-1. Embora o aporte de NH4+ tenha decrescido ao longo dos últimos 15 anos, o aporte de NID ainda excede a média terrestre global nessa região de 3,5 kg N ha-1 ano-1. Os fluxos de fósforo total dissolvido (PTD) na vertente oceânica, o topo e a vertente continental, foram 1,6, 1,0 e 1,0 kg P ha-1 ano-1, respectivamente. Valores próximos ao limite superior, de 1,7 kg P ha-1 ano-1, dos fluxos de P verificados em outros ecossistemas florestais tropicais. Apenas a vertente oceânica apresentou a contribuição de PO43- (53%) superior à de fósforo orgânico dissolvido (POD). Onde, possivelmente, o PO43- na vertente oceânica tem como fonte os aerossóis de sal marinho e as emissões associadas à queima de combustíveis fósseis enquanto, na vertente continental, provavelmente tem como fontes as queimadas dos canaviais ao norte do estado de São Paulo e o uso de fertilizantes na agricultura local.