Dois anos infindos: o brasileiro como estrangeiro na ficção de Luiz Ruffato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Casais, Allysson Augusto Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16595
Resumo: A partir da leitura da novela Estive em Lisboa e lembrei de você (2009), de Luiz Ruffato, o presente trabalho analisa a temática do imigrante brasileiro clandestino na ficção contemporânea. Para tal, primeiro investigamos como o tema de deslocamento tem sido tratado pela prosa brasileira, chegando à conclusão que a errância da figura do pobre é tradicionalmente retida ao espaço nacional enquanto a ida ao exterior está reservada à elite do país. Assim sendo, o protagonista da obra apresentaria uma mudança de perspectiva em nossa literatura, possibilitando a exploração do olhar do brasileiro sem registro em terras estrangeiras. Com isso em mente, examinamos as estratégias empregadas por Ruffato na criação de uma linguagem própria para representar esse sujeito clandestino. Por fim, estudamos o espaço urbano na novela, discutindo como o fluxo emigratório de brasileiros da classe média baixa é devido à urbanização excludente forçada no país ao longo do século XX. As cidades na narrativa, portanto, se constituem como lugares fragmentados e hierarquizados. Uma leitura atenta de Estive em Lisboa e lembrei de você , desta maneira, possibilita entender um fenômeno que vem assombrando nossa sociedade desde meados da década de 80: a ida desesperada de brasileiros para outros países em busca de melhores oportunidades de vida