As várias faces da morte: uma análise das diferenças sociais construídas em cemitérios do norte bretão (sec. V-I a.C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Peixoto, Pedro Vieira da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13380
Resumo: A presente tese busca investigar um conjunto de enterramentos da Idade do Ferro, mais especificamente dos séculos V-I a.C., encontrados em uma região do norte das Ilhas Britânicas conhecida, atualmente, como Yorkshire. Esta é a primeira tese em língua portuguesa a se debruçar exclusivamente sobre o estudo da Idade do Ferro bretã a partir da cultura material e dos registros obtidos da arqueologia fúnebre para tal período. A investigação foi desenvolvida com base em materiais coletados após escavações realizadas em diferentes momentos, desde o séc. XIX até os dias atuais, em mais de 30 sítios, culminando na construção de um banco de dados com mais de mil enterramentos. Esse banco de dados, posteriormente convertido em um catálogo de enterramentos, expandiu significativamente os esforços analíticos realizados em ocasiões passadas, por outros pesquisadores para o estudo da região em questão, possibilitando que não apenas novos dados, como, por exemplo, aqueles obtidos a partir de análises técnico-científicas ou de escavações recentes, fossem incluídos na pesquisa, como ainda permitindo que muitas escavações antiquárias fossem revistas e rediscutidas à luz de novos olhares. A tese busca, assim, questionar como diferentes identidades sociais são construídas em múltiplos níveis a partir da manipulação da morte, dos mortos e da cultura material. Foram explorados todos os múltiplos tipos de tratamentos fúnebres dados aos mortos encontrados na região e no período delimitado, atentando para a existência de elementos de semelhança e divergência entre os casos discutidos, explicando como e por que tais diferenças ocorriam. A discussão buscou problematizar, sobretudo, visões simplistas comumente projetadas em relação à Idade do Ferro, chamando, ao contrário, a atenção para um conjunto de variáveis que poderiam influenciar significativamente o estatuto social de um indivíduo (em vida e em morte), como atributos sexuais, etários, causa de morte, constituição física, ofícios, afiliações e atribuições particulares, dentre outros. Foram contempladas, portanto, não apenas tumbas de indivíduos de sexos e faixas etárias distintas, como também enterramentos que contavam com mobiliário fúnebre diversificado (inclusive, aqueles desprovidos de quaisquer bens), buscando evidenciar como atributos sociais de gênero, reconhecimento social e importância foram construídos (e modificados) ao longo de quase cinco séculos.