Percepções morais entre beneficiários e não beneficiários do Programa Bolsa Família em um município de pequeno porte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Roberta Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23466
Resumo: Este trabalho objetivou discutir como, a partir da posição de beneficiário ou de não beneficiário de um programa social, a desqualificação social incide em fronteiras morais entre dois grupos de pobres. Com isso buscou-se compreender como em um município de pequeno porte, localizado no interior do Estado do Rio de Janeiro, a aparente “homogeneidade” entre indivíduos e famílias que ocupam patamares socioeconômicos próximos, pode ser seccionada pelas fronteiras morais que estes atores constroem tomando por base entre outros elementos, a relação com a política de assistência. Para tanto, a proposta foi investigar o objeto sob uma abordagem metodológica de cunho qualitativo, dispondo, enquanto técnicas de levantamento de dados, da observação participante bem como da aplicação de entrevistas semiestruturadas com dois grupos de pobres diferenciados pela inserção no programa de transferência de renda Bolsa Família. A pesquisa foi realizada com base em um recorte territorial, com a seleção de dois bairros, com alto índice de vulnerabilidade social e que agregavam grande contingente de beneficiários do PBF. Com isso foi possível adentrar no universo interacional dos interlocutores, e compreender de que forma a desqualificação social operava entre os grupos, e dentro do grupo dos próprios beneficiários do programa. Por fim, busca-se refletir sobre a demarcação de fronteiras morais, a partir das condições intersubjetivas destes atores inseridos no mesmo espaço social, para apreender analiticamente de que forma ser beneficiário de um programa social pode interferir nas interações mais elementares deste grupo. Os resultados encontrados apontam que, a despeito dos critérios objetivos que traçam uma linha divisória entre quem tem ou não legitimidade de acesso ao Programa Bolsa Família com base em limites de ordem econômica, há a construção de hierarquias, dentro do grupo dos pobres, que se constituem a partir de critérios subjetivos, e mais especificamente, de ordem moral