Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Daniella Sother Carvalho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/23620
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Resumo: |
Equinos são animais que podem se infectar com diferentes parasitos, incluindo Cryptosporidium sp. Várias espécies desse gênero foram caracterizadas determinando diarreia e cólicas abdominais nesses animais, além de apresentarem perfil de transmissibilidade zoonótico. Para ampliar as informações sobre esse protozoário esse estudo teve como objetivo analisar a frequência de Cryptosporidium spp. em fezes de equinos mantidos em propriedades de Teresópolis, RJ, e as variáveis que podem favorecer esta infecção. Entre agosto de 2019 a março de 2020 foram coletadas 314 amostras fecais de equinos, desses 287 eram da raça Puro Sangue Inglês (PSI) e 27 pôneis, sendo procedentes de cinco propriedades que criavam PSI denominadas pelas letras de A até E e três de pôneis denominadas de F a H. Informações dos equinos e seu manejo foram recuperadas pelo stud book e por formulários aplicados aos treinadores. As fezes coletadas foram submetidas a análises macroscópica, a técnicas parasitológicas microscópicas de Sheather, Lutz e coloração com safranina, bem como a pesquisa de coproantígenos de Cryptosporidium sp. pelo ensaio imunoenzimático (ELISA). Todas as amostras positivas em pelo menos uma destas técnicas foram submetidas a análise molecular, com a reação em cadeia da polimerase associada ao sequenciamento para caracterizar quando possível a espécie e o genótipo do protozoário. Ao todo foram detectados Cryptosporidium sp. em 35 (11,1%) equinos ao se associar o ELISA e a coloração com safranina. O protozoário foi mais detectado nos equinos das propriedades D, seguida pela A e E, sendo evidenciado principalmente nas fezes dos PSI, pois somente um pônei foi positivo. A partir de um modelo de regressão logística multivariada pode-se verificar que a presença de cães, pequenos ruminantes nas propriedades e o fornecimento de água da nascente foram associados de forma significativa a infecção do equino pelo protozoário (p<0,05). Das 35 amostras positivas, oito amostras de PSI puderam ser caracterizadas para espécie molecularmente a partir da análise parcial do gen 18S RNAr, sendo identificado Cryptosporidium felis em uma amostra e Cryptosporidium parvum em sete. Destas, cinco também foram positivas na técnica parasitológica microscópica com safranina, na qual, os oocistos visualizados ao microscópio apresentaram a mensuração no diâmetro maior variando entre 4,14 a 4,9 μm e no diâmetro menor 4,03 a 4,63 μm. Pode-se verificar que os oocistos de dois isolados Cry-266 e Cry-285 apresentaram variações significativas (p<0,05) entre as suas mensurações pelo teste de Tuckey, que podem ser normais para C. parvum ou até serem decorrentes do procedimento técnico de coloração. Ainda é importante ressaltar, que as sete amostras devidamente identificadas como C. parvum foram submetidas a reação em cadeia associada ao sequenciamento para analisar de forma parcial o gen da gp60, a partir da mesma foi possível evidenciar que as sequências pertenciam a família genotípica IIa. Família esta que geralmente é transmitida dos animais para os seres humanos. Além disso, no equino 266 foi identificado de forma completa o genótipo IIaA15G2R1, que é considerado com o maior perfil de transmissibilidade zoonótica. Cabe ressaltar que este é o primeiro estudo no estado do Rio de Janeiro que caracterizou molecularmente Cryptosporidium spp. em fezes de equinos, e o primeiro no continente americano que detectou C. felis nas fezes desses animais. Mediante o exposto neste estudo, torna-se fundamental incentivar as práticas de monitoramento das parasitoses gastrointestinais nos animais, incluindo o diagnóstico de Cryptosporidium spp., já que os equinos são muito suscetíveis e sensíveis as cólicas que podem ser determinadas por esses agentes, podendo ir a óbito por conta desta síndrome. Além disso, a liberação dos oocistos desse protozoário no ambiente, ressalta a possibilidade dos equinos estarem atuando como reservatórios do protozoário em Teresópolis, RJ uma vez que a cidade é muito famosa por possuir um dos maiores núcleos de criação de equinos do Brasil, principalmente de PSI |