Projeto arquitetônico, trabalho e capitalismo: reflexões acerca dos fundamentos e das condições contemporâneas do projetar arquitetura

• Ano de defesa: 2025
• Autor(a) principal: Soares, Henrique Amorim
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Projeto arquitetônico; Capitalismo; Gestão; Modelagem de informação da construção; Gestão de projeto; Architectural design; Capitalism; Management; Building information modeling; BIM
• Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37262

O projeto arquitetônico é uma atividade laboral que sintetiza propostas de organização do espaço, direcionando, como produto teleológico do trabalho humano, a materialização do devir na execução da obra. No capitalismo contemporâneo, o processo de projeto arquitetônico é diretamente influenciado por tecnologias organizacionais, informacionais e computacionais, em um contexto caracterizado pela produção global do espaço, com impactos significativos na prática profissional dos arquitetos. Esta Tese investiga, por meio de uma análise multidimensional – considerando aspectos técnicos, sociais, econômicos e políticos –, como essas tecnologias têm transformado a práxis projetual e o mundo do trabalho do arquiteto desde o final do século XX. Resumidamente, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa, combinando uma revisão crítica da literatura acadêmica e conversas/entrevistas abertas com arquitetos atuantes nas cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Os resultados indicam que o uso do Building Information Modeling (BIM) articula avanços informacionais, comunicacionais e organizacionais, intensificando o controle sobre os processos de concepção e produção do ambiente construído. Fundamentado em normas técnicas globais amplamente adotadas no Brasil, o BIM promove a padronização e a digitalização na gestão de informações do processo de projeto, possibilitando maior colaboração entre humanos e sistemas computacionais. Esta pesquisa busca contribuir para a compreensão dos desafios e oportunidades que as transformações tecnológicas, no contexto do capitalismo digital, financeiro e globalizado, apresentam à prática projetual contemporânea. Além disso, visa fomentar um debate crítico acerca das possibilidades de uma arquitetura originada de um ambiente reflexivo que, longe de negar os avanços tecnológicos, promove uma práxis consciente e fundamentada, capaz de responder aos anseios sociais.