Efeito da contribuição materna das raças Holandesa (Bos Taurus) e Gir (Bos Indicus) sobre o desenvolvimento in vitro de embriões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Monteiro, Clara Ana Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
FAD
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27399
Resumo: O objetivo do presente estudo foi comparar a contribuição materna das raças Holandesa (Bos taurus) e Gir (Bos indicus) sobre o desempenho reprodutivo de doadoras mestiças, puras e cinética de desenvolvimento in vitro de embriões. No primeiro experimento, doadoras mestiças Holandês-Gir com maior/menor grau de sangue Holandês (HG: 71,4 a 87,5% Holandês, n=9; GH: 40,2 a 46,6% Holandês, n=7; respectivamente) foram submetidas à ovum pick up (OPU) e comparadas quanto ao desempenho reprodutivo. Os grupos apresentaram desempenho semelhante (P>0,05) em todos os parâmetros avaliados. Assim, foi possível concluir que a variação individual teve maior influencia sobre o desempenho de doadoras mestiças na OPU, do que a composição racial. No entanto, ainda que a variação individual seja um elemento reconhecido na produção in vitro de embriões (PIVE), a diferença na composição racial entre os grupos foi considerada moderada. Assim, foi desenvolvido o segundo experimento, em que doadoras Holandesas e Gir puras foram comparadas quanto ao desempenho reprodutivo na OPU/PIVE e contribuição materna sobre o desenvolvimento in vitro de embriões. Diante disso, doadoras Holandesas (H: n=8) e Gir (G: n=8) foram submetidas à OPU para coleta de oócitos e avaliação do desempenho reprodutivo. Os oócitos (H e G) foram ativados partenogeneticamente para avaliação da cinética embrionária 48, 96, 144 e 168 horas pós-ativação (hpa). As doadoras Gir exibiram maior taxa de oócitos viáveis (P<0,05). Os grupos H e G apresentaram clivagem e produção de blastocistos semelhantes (P>0,05). Contudo, o grupo Gir exibiu quase 3 vezes mais embriões em estágio de 8/16 células 96 hpa (p<0,05) (G 53,6% vs H 17,9%). Assim, foi possível concluir que as raças Holandesa e Gir apresentam contribuição diferencial sobre o desempenho reprodutivo de doadoras na OPU e sobre a cinética embrionária inicial. Com base nos achados do segundo experimento e considerando a relação entre a cinética e o metabolismo embrionário, foi desenvolvido o terceiro experimento, que comparou embriões com diferentes cinéticas durante o desenvolvimento inicial, tendo em vista a atividade metabólica e quantificação de dano ao DNA. Embriões bovinos produzidos in vitro foram fixados 48 (dia2 - D2) e 96 (dia4 - D4) horas pós fertilização (hpf) e separados de acordo com a cinética (D2: 2cel e 3-7cell; D4: 5-7cel e 8-16cell). A atividade metabólica foi avaliada pela autofluorescência (AF) das coenzimas de NAD(P)H e FAD e potencial redox (NAD(P)H/FAD), utilizando duas metodologias: AF de dois canais espectrais e hiperespectral (40 canais). A quantificação do dano ao DNA foi realizada por reação de Imunoflurescência para a histona H2AX fosforilada (γH2AX). No D4, os embriões mais rápidos exibiram maior intensidade de NAD(P)H (P<0,05), que reduziu o status redox (P<0,05) na análise da AF de dois canais; e menor intensidade de FAD (P<0,05) na análise hiperespectral, consistente com o status redox reduzido – perfil metabólico que preconiza a conservação de energia e defesa contra o estresse oxidativo. Com base nos achados do presente estudo, e considerando as diferenças marcantes entre oócitos e embriões das subespécies Bos taurus e Bos indicus, é possível que a raça Gir apresente um sistema de geração e conservação de energia mais eficiente, contribuindo para um perfil de desenvolvimento embrionário inicial mais rápido.