Aborto inseguro no Estado do Rio de Janeiro: magnitude e série temporal de 2008 a 2017
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/23245 http://dx.doi.org/10.22409/PPGSC.2020.m.14751608797 |
Resumo: | Muitos abortamentos em condições inseguras continuam ocorrendo no Brasil acarretando risco desnecessário, transtornos físicos e mentais e, ainda a morte de algumas mulheres. O caráter de ilegalidade e o estigma dificultam as estimativas da frequência do agravo e metodologias indiretas são usadas. Objetivo: analisar a série temporal de aborto inseguro no estado do Rio de Janeiro, de 2008 a 2017. Metodologia: estudo descritivo, ecológico de tendência temporal. População: mulheres em idade fértil (faixa etária de 15 a 44 anos), residentes no estado do Rio de Janeiro. Fonte de dados: dados secundários de internações hospitalares por complicações de aborto do SIH-SUS. Usou-se metodologia indireta, baseada na fórmula proposta pelo Instituto Guttmacher. Para calcular o número de abortos induzidos/ inseguros (AI), aplicaram-se fatores de correção de acordo com faixas etárias e probabilidade de a mulher ser usuária de plano de saúde, baseado em dados nacionais e do estado. A partir da estimativa, outros indicadores foram obtidos: taxa de abortos induzidos/ inseguros por mulheres em idade fértil (TAI-MIF) e a razão de abortos induzidos/ inseguros por nascidos vivos (RAINV). A análise de tendência temporal foi por meio do Joinpoint Regression, que realiza regressão linear em escala logarítmica. Resultados: Ao considerar as internações por códigos da CID-10 O03 a O08, as mulheres de 20 a 24 anos lideraram a quantidade de hospitalizações em todos os anos analisados. A TAI-MIF total ficou em 5 por mil MIF no ano de 2017. Durante o período, foi maior para mulheres de 20-24 anos, por volta de 8/mil MIF, seguida da faixa etária de 25-29 anos e das adolescentes. A TAI-MIF mais baixa ficou com as mulheres mais velhas, menor que 2/mil MIF. Ao analisar a série temporal demonstrou-se predomínio do padrão de estabilidade, com exceção dos extremos de idade. Adolescentes tiveram redução no final do período, enquanto para mulheres mais velhas, observou-se aumento constante no período, 2% ao ano. Para o indicador RAI-NV, as mulheres de 40 a 44 anos lideraram, com valores entre 17 e 18 abortos por 100 nascidos vivos, seguidas das mulheres entre 35 a 39 anos e das adolescentes, entre 9 e 10/100 NV. O padrão da série temporal para este indicador foi de estabilidade, em todas as faixas etárias. Considerando os dois procedimentos mais frequentes de O03 a O08, observou-se declínio percentual nos abortos espontâneos e aumento nos abortos não especificados tanto para a taxa por mil mulheres em idade fértil, quanto para a razão por cem nascidos vivos. Conclusão: Houve diferença na magnitude de acordo com faixa etária, destacando-se adolescentes e mulheres mais velhas, o que pode orientar para políticas de planejamento familiar e acolhimento de mulheres |