Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Pinheiro, Maristela Rosãngela dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/14364
|
Resumo: |
Este trabalho de pesquisa tem como tema central as FARC-EP – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo, guerrilha marxista que persiste na via revolucionária da luta armada contra o Estado capitalista colombiano. Fundadas no ano de 1964, as FARC têm origem nas guerrilhas camponesas de autodefesa constituídas no período conhecido como “La Violencia”, logo após o Bogotazo, em resposta à atuação violenta do Estado. O trabalho se propõe a evidenciar a natureza social e política do conflito armado a partir das posições da guerrilha e do Estado, nos diferentes processos de paz, levando em consideração a participação direta e atuante dos empresários. O tema é abordado a partir dos interesses antagônicos que se refletiam na mesa de negociação e dos diferentes conceitos de paz que interferiam nos resultados dos processos para demostrar e concluir que paz é possível na Colômbia. A guerrilha participou de cinco processos de tentativas de paz com o Estado colombiano. O primeiro no governo de Belisário Betancurt (1982-1986), que permitiu a construção de um movimento político de atuação na legalidade, a União Patriótica. O segundo, no governo de Virgílio Barco (1986-1990), que deu um tom mais transparente, reduzindo a pauta à proposta de desarme e reinserção. O terceiro teve curta duração: o governo de Cesar Gaviria Trujillo (1990-1994) acreditava que o fim da experiência socialista deixaria a guerrilha suscetível à desmobilização e entrega das armas (assim mesmo foi o único que admitiu negociar com a Coordenadora Guerrilheira Simón Bolívar – CGSB, organização das guerrilhas colombianas). Os diálogos com o governo Ernesto Samper (1994-1998) também não duraram, pela crise política gerada com o envolvimento do narcotráfico na campanha presidencial e nos negócios do Estado. O mais importante processo aconteceu entre os anos 1998-2000, na gestão do presidente Andrés Pastrana, com a desmilitarização de cinco municípios que passaram ao controle político das FARC-EP e a realização das audiências públicas, acesso popular às discussões sobre os graves problemas v sociais do país. Este também foi o período de gestação do Plano Colômbia, sob a égide dos EUA. O sexto processo atualmente em curso iniciou-se em outubro de 2012. A política de paz do Estado colombiano se caracteriza pela intenção de desarmar a guerrilha camponesa em troca da reinserção dos guerrilheiros, impulsionar e ampliar a militarização e impor derrotas que reflitam nas mesas de negociações. O paramilitarismo participa desse processo como criatura do Estado levando o terror, em conjunto com as forças públicas. Ao contrário, as FARC-EP se comprometem com a paz como resultado de uma política de justiça social e democracia, defende uma pauta que contempla os interesses dos trabalhadores do campo e da cidade, indígenas e afrodescendentes. |