Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Marques, Gabriela da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/28940
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Resumo: |
O continente antártico pode ser considerado a região mais protegida e preservada do planeta, apresentando características únicas climáticas, oceanográficas, químicas e biológicas possuindo um elevado grau de especificidade e excelente para avaliações biogeoquímicas. Desse modo, o uso de ferramentas geoquímicas tem sido fundamental para a compreensão do ambiente, sendo as análises de biomarcadores, bastante utilizadas para caracterização da matéria orgânica sedimentar, gerando informações sobre a importância relativa das suas diferentes fontes (marinha, terrestre ou antropogênica), bem como as condições particulares de produção, deposição e soterramento. Nessa concepção, o uso dos compostos orgânicos específicos (ácidos graxos e esteróis) concomitante as composições isotópica e elementar e parâmetros de suporte objetiva caracterizar a composição bioquímica da matéria orgânica sedimentar de testemunhos curtos de ambientes profundos da Baía do Almirantado (Antártica), e avaliar a origem e os processos de produção e sedimentação. Foram coletados testemunhos em 5 isóbatas (100 m, 300 m, 500 m, 700 m e 1.100 m). Os sedimentos foram analisados a partir da extração dos lipídios obtendo as frações esteróis e ácidos graxos com o uso de solventes específicos em coluna cromatográfica e detectados em cromatografia a gás. Os resultados demonstram presença de esteróis na forma insaturada predominante em relação a sua forma degradada e saturada. Esteróis fecais não foram identificados. As maiores concentrações de fitosteróis foram encontrados nas profundidades de 300 m e 1.100 m. A isóbatas de 100 m e 300 m apresentaram maiores valores de colesterol sendo maior contribuição zooplanctônica. As concentrações médias dos ácidos graxos totais nas isóbatas foram de 1,17 ng.g-1, 1,89 ng.g-1, 3,72 ng.g-1, 7,19 ng.g-1 e 19,13 ng.g-1, respectivamente, apresentando um aumento nas concentrações conforme aumenta a profundidade da coluna d’ água. O NT oscilou de 0,08 % a 0,10 % em 1.100 m, sendo o maior valor de δ 15N nas profundidades de 300 m, (3,30 ‰) e menor valor em 500 m,(2,28 ‰). Os valores da razão isotópica do carbono e COT/NT foram maiores no interior da Baia (100 m) e menores em direção ao Estreito de Bransfield. A biogeoquímica marinha do gradiente estuarino caracterizou a região interna da Baia do Almirantado com intensa produtividade primária, rincipalmente pela maior disponibilidade de P. Na transição para o Estreito de Bransfield, a alternância entre os fitoesteróis sugere diversidade da comunidade fitoplanctônica e modificação das condições ambientais. No Estreito de Bransfield, os maiores teores de COT e Mn sugerem elevada produtividade na coluna d’água e intensa atividade bacteriana com maior produção de PUFAs e valores mais leves de δ 13C e δ15N. Os resultados permitiram ainda identificar seções dos testemunhos que remetem a períodos com maior ou menor produtividade biológica e as condições vigentes para deposição nos sedimentos. As regiões da Baía do Almirantado analisadas deste trabalho apresentaram algumas particularidades como diferenças de influência continental (degelo), presença de macroalgas, coluna d’água, hidrodinâmica, entre outros fatores que explicam os compostos encontrados. Somando-se a todos estes componentes tem-se a necessidade de se conhecer as peculiaridades de cada região, de forma a entender a dinâmica e funcionamento de cada ambiente, tanto atual como dopassado, e assim detectar e compreender as mudanças ambientais futuras. |