A primavera secundarista e o universo da cibercultura: análises a partir do pensamento gramsciano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Roberta Kerr dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16239
Resumo: A presente pesquisa investigou a relação das reflexões contidas nos escritos carcerários do pensador italiano Antonio Gramsci com a práxis política da Primavera Secundarista via self media nos registros em circulação nas mídias sociais virtuais. Na atualidade, com o aumento de usuários conectados nas malhas da internet – no Brasil são 102 milhões de internautas (53% da população) –, urge refletir sobre a perspectiva multimidiática do movimento social de ocupação de escolas concernente à viralização de textos orais, escritos e/ou imagéticos com conteúdos que possam representar uma hegemonia do povo e colaborar para um posicionamento a favor da construção de um Estado democrático popular. No ano de 2016, logo após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), o Brasil passou por um turbilhão de drásticas mudanças políticas pós-golpe. Dentre essas mudanças, três iniciativas legislativas do governo do presidente Michel Temer causaram grande preocupação por conta de seu impacto social para a educação no país, sendo elas a Proposta de Emenda Constitucional 241-55/2016 – conhecida como PEC do Teto de Gastos Públicos –, a Reforma do Ensino Médio e o Projeto Escola Sem Partido. O universo da cibercultura, baseado nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), é considerado por muitos estudiosos um espaço democrático de múltiplas vozes, que pode ser um recurso político-pedagógico oportuno para a luta de classes. Assim, algumas das indagações que compõem a tessitura desta tese são: Como viralizar os ideais contra a hegemonia da classe dominante e conscientizar a classe oprimida? Qual o potencial da self media, enquanto produções da cibercultura, para a constituição de uma vontade coletiva e consequente propagação de reivindicações populares? Nos discursos dos registros da Primavera Secundarista, enquanto movimento social em rede, comparecem ideologias que revelam a paixão política e o interesse na conquista de um Estado democrático-popular? Refletindo sobre os algoritmos e os sistemas de pesquisas na internet, a partir do provedor líder de mecanismo on-line de buscas, o Google, a metodologia para o mapeamento do corpus se baseia na localização de composições narrativas realizadas pelos próprios alunos. Desse modo, foram selecionados quatro documentários que utilizaram imagens e vídeos publicados no Twitter, Facebook, YouTube e blogues à época do movimento. Para a perspectiva teórica, são considerados essenciais os pensamentos de Gramsci, já que suas palavras fundamentam inúmeros conceitos utilizados nesta investigação e, principalmente, porque suas reflexões subsidiam criticamente, e com o vigor necessário, as questões propostas