O horizonte da nação: uma análise semiótica da pintura histórica de Antônio Parreiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cerdera, Fábio Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7783
Resumo: A presente tese orienta-se pela perspectiva teórica da semiótica francesa, particularmente por sua vertente plástica, e tem como principal escopo lançar as bases para uma pesquisa em torno da pintura de história do pintor niteroiense Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937). O trabalho propõe estudar esta parte da produção do pintor ainda pouco comentada e discutida, muito em função da divulgação e da consagração de Parreiras como pintor de paisagens e, em termos gerais, do grande estigma que o gênero de pintura histórica ainda carrega, de ser uma pintura acadêmica e propagandista, isto é, considerada restrita artisticamente por sua relação com o poder. Apoiado no fato de Parreiras ter sido um paisagista de destaque, pretende-se investigar as relações de sentido entre sua prática de pintura de paisagem e de pintura de história que possam revelar como os valores plásticos de seu texto histórico produziram, encarnaram dinamicamente, e não somente representaram figurativamente, os ideais difundidos pelo poder, na época, o regime republicano. Com um corpus de análise a ser formado por pinturas de paisagem, de gênero e, sobretudo, históricas, objetiva-se, então, evidenciar como o discurso pictórico de Antônio Parreiras materializa imageticamente o discurso de seu público contratante no que tange à construção de uma identidade nacional, razão de seu grande sucesso como pintor de história. A partir da análise semiótica da articulação do plano de expressão com o plano de conteúdo, objetiva-se demonstrar a eficiência persuasiva do discurso do pintor, e que tal eficiência nasce de qualidades e estratégias plásticas e figurativas que ditam o ritmo e o estilo de valores (ZIBERBERG, 2002; 2004) republicanos. Enquanto com frequência o trabalho com as figuras do conteúdo traduz de forma esperada cenários e passagens da narrativa da nação, os contrastes topológicos, cromáticos (FLOCH, 1985; GREIMAS, 2004) e matéricos (TEIXEIRA, 2002; OLIVEIRA, 2004) se articulam numa construção muitas vezes surpreendente que intensifica o universo figurativo. O trabalho de tese foi desenvolvido em três capítulos: o primeiro versa sobre as categorias plásticas na pintura de paisagem e de gênero, o segundo sobre a caracterização da pintura histórica de Parreiras e o terceiro foca na análise de estratégias enunciativas da obra histórica do pintor