Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Wellington Bandeira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/29168
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Resumo: |
Os macacos-da-noite (Aotus sp.) são primatas neotropicais de hábitos noturnos. Em ambientes de cativeiro, os relatos de cardiopatias causando morte súbita nesta espécie são frequentes, com o diagnóstico sendo realizado post mortem, pois em vida não apresentam sinais clínicos da doença. O objetivo desse estudo foi caracterizar os biomarcadores sanguíneos em macacos-danoite sem suspeitas de cardiopatias e identificar aqueles com potencial de auxiliar no diagnóstico das doenças cardíacas nessa espécie. Foi realizada a avaliação cardiológica de 60 macacos-da-noite mantidos no Centro Nacional de Primatas, através da biometria corporal, do eletrocardiograma, do ecodopplercardiograma, da radiografia torácica e da dosagem de biomarcadores sanguíneos. O ecocardiograma foi utilizado para separar os animais sem suspeitas de alterações cardíacas (45 animais do grupo 1 - G1) dos animais com suspeitas (15 animais do grupo 2 - G2). Na biometria, foi observada uma correlação positiva entre o peso e circunferência torácica. Na avaliação da radiografia torácica, os valores do vertebral heart size e da relação cardiotorácica para animais não suspeitos de cardiopatias diferiram entre machos (VHS 10,5±0,6 e RCT = 0,58±0,05) e fêmeas (VHS = 11,0±0,5 e RCT = 0,57±0,04). Os marcadores sanguíneos apresentaram os seguintes resultados para os animais sem suspeita de cardiopatias (machos e fêmeas, respectivamente): CK (U/L) - 592,4 ± 442,5 e 529,6 ± 449,0; CK-MB (U/L) – 106,2 ± 29,6 e 130,9 ± 45,8; colesterol (mg/dL) - 115,7 ± 27,5 e 79,6 ± 22,7; HDL (mg/dL) - 35,1 ± 10,6 e 25.4 ± 10,7; LDL (mg/dL) – 41,0 ± 12,6 e 28,.3 ± 9,2; triglicerídeos (mg/dL) - 107,1 ± 40,6 e 117,0 ± 57,3; apolipoproteína A-1 (mg/dL) - 116,4 ± 19,7 e 89,7 ± 22,4 e apolipoproteína B (mg/dL) – 29,7 ± 10,5 e 24,5 ± 7,4. Os marcadores de inflamação não apresentaram diferenças significantes entre os sexos e tiveram seus valores apresentados juntos: proteína C reativa (mg/dL) – 0,32 ± 0,10; haptoglobina (mg/dL) – 53,4 ± 30,9, e proteína ligadora do retinol 4 (RBP4) – 3,6 ± 4,5 ng/mL. Foram observadas diferenças significativas entre o G1 e o G2 para CK (G1 = 572,4 U/L ± 440,3; G2 = 361,2 U/I ± 375,6); triglicerídeos (G1 = 109,8 U/L ± 42,4; G2 = 185,3 U/L ± 150,6) e RBP4 (G1=3,6 ng/mL ± 4,5; G2=8,3 ng/mL ± 8,1). Somente dois animais apresentaram concentrações de troponina T acima do limite mínimo da técnica, um macho adulto (0,128 ng/mL) e uma fêmea adulta (0,586 ng/mL). Em face do observado neste trabalho, conclui-se que, em macacos-da-noite, o acúmulo de gordura corporal ocorre primariamente na região torácica e as fêmeas são mais propensas a eventos cardíacos. A radiografia torácica não apresentou boa sensibilidade, sendo o ECO um melhor método para diagnóstico das cardiopatias. Apesar da sua baixa sensibilidade, a troponina T possui capacidade de identificar lesões miocárdicas em macacos-da-noite, ao contrário do CK-MB, da PCR e da haptoglobina que, a princípio, não se mostraram bons biomarcadores. A tendencia do G2 em possuir valores maiores da relação apolipoproteína B/apolipoproteína A-1, assim como de RBP4 indica a necessidade de mais estudos acerca da importância desses analitos como preditores de doenças cardíacas em Aotus infulatus. |