Alfabetização e letramento de crianças surdas em perspectiva bilíngue (Libras e língua portuguesa): práticas cotidianas em uma maquete

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Santos, Augusto Machado dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37430
Resumo: A comunidade surda, ao longo de muitos anos, enfrentou desafios em busca de qualidade de ensino e respeito à singularidade linguística, identitária e cultural da pessoa surda, uma vez que é constituída, sobretudo, por sujeitos surdos sinalizantes e pessoas com quem eles se relacionam, incluindo profissionais e pessoas de convívio diário, surdos e ouvintes. Para garantir seus direitos, contam com políticas educacionais e linguísticas que buscam garantir a perspectiva bilíngue de ensino, presentes em leis e decretos: Lei no 10.436/2002 (BRASIL, 2002), Decreto no 5.626/2005 (BRASIL, 2005), Lei no 13.149/2015 e Lei 14.191/2021 (BRASIL, 2021), que estabelecem direitos e garantias do uso da Língua Brasileira de Sinais, a Libras, como primeira língua e o português escrito como segunda língua. Com relação à educação e escolarização, tentativas para o ensino bilíngue são recorrentes, iniciando-se, no século XIX, pela criação de uma instituição bilíngue brasileira: Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), e, no século XX, pela oferta de escolas regulares com turmas inclusivas, em busca de acolher alunos surdos e promover um ensino bilíngue de qualidade e adequado às necessidades desses aprendizes. Entretanto, a realidade ainda se depara com desafios para a verdadeira implementação de uma política bilíngue satisfatória, causados pela ausência de professores e mediadores bilíngues, assim como de Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais e Português (TILSP), responsáveis pela mediação linguística entre pessoas surdas e pessoas não surdas. Soma-se a isso a carência de materiais didáticos autênticos e adequados para alunos surdos. Diante dessa reflexão, foi realizada uma pesquisa de cunho bibliográfico, descritivo e exploratório (Gil, 2002), mediante levantamento de informações sobre a trajetória da educação de surdos, a formação docente para atuação na alfabetização de surdos, proposta curricular para o ensino de língua portuguesa como L2 para surdos. Como produto, foi elaborado um material pedagógico voltado para aprendizes surdos, constituído por uma maquete sobre uma casa (estrutura, móveis e utensílios), chamada Lar Bilíngue de Surdos, com as respectivas funcionalidades, voltada para a alfabetização e o letramento em Libras e em língua portuguesa escrita. Visando acessibilidade com relação ao conteúdo da maquete, foram elaborados vídeos em Libras, com legenda em português, acessíveis também por QRCode, nos quais são apresentados todos os elementos da casa em perspectiva bilíngue – Libras e português e escrito. Espera-se que o material seja utilizado, sobretudo por alunos surdos do Ensino Fundamental em fase de alfabetização e letramento, com seus respectivos responsáveis - agentes educacionais e familiares, por exemplo, com o intuito de explicar linguisticamente, em termos de aquisição linguística (Libras – L1) e de aprendizagem (Português escrito – L2), sobre as partes, a estrutura e os componentes de uma casa para crianças surdas.