Qualidade da carne e de produto processado provenientes de suínos imunocastrados e alimentados com ração contendo ractopamina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lima, Bruno Reis Carneiro da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27371
Resumo: A indústria da carne suína utiliza diversas alternativas para melhorar tanto a qualidade e a quantidade de carne produzida quanto, controlar defeitos tecnológicos. Com a finalidade de aumentar a produção de carcaças com alto teor de carne magra, são utilizados aditivos alimentares como a ractopamina. Este agonista beta-adrenérgico promove o aumento de carne magra através do estímulo do anabolismo protéico em detrimento da lipogênese. Além disso, outro aspecto de grande importância na suinocultura é o controle do odor sexual na carne de suínos machos causado pelo acúmulo de androstenona (esteróide testicular) e escatol (metabólito da microbiota intestinal) no tecido adiposo. O método de rotina para o controle deste defeito é a castração cirúrgica de leitões; porém tal procedimento potencialmente promove o aumento da morbidade e mortalidade no plantel. Como alternativa utiliza-se a imunocastração, tecnologia que estimula o desenvolvimento de resposta autoimune contra o fator liberador de gonadotrofinas (GnRF) e consequentemente promove a atrofia dos testículos. Embora existam diversos estudos investigando a influência destas técnicas sobre a qualidade da carne fresca, o conhecimento de seus efeitos em nível molecular e sobre a qualidade do produto cárneo processado é escasso. Sendo assim, objetivou-se investigar os efeitos da adição de ractopamina em dieta suína e da imunocastração sobre os parâmetros de qualidade de produto emulsionado (salsicha; artigo 1). A partir dos resultados do artigo 1 pode-se concluir que a ractopamina não promoveu efeitos negativos sobre a qualidade da salsicha, e exerceu efeito sexo específico sobre os parâmetros analisados. Salsicha elaborada a partir do pernil oriundo de macho castrado cirurgicamente apresentaram parâmetros diferentes dos produtos elaborados a partir de pernil de fêmea e de macho imunocastrado. Como a finalidade de compreender em base molecular, os efeitos da adição de ractopamina na dieta suína sobre a qualidade da carne, foi comparado o perfil sarcoplasmático do lombo suíno (Longissimus thoracis) de animais alimentados com dieta contendo ractopamina, com animais alimentados com dieta sem o aditivo (artigo 2). A partir da análise proteômica, observou-se que a alimentação com ractopamina altera a abundância de determinadas enzimas glicolíticas bem como, aumenta a abundância de proteínas relacionadas com a regulação da lipogênese. Isto posto, conclui-se que o aumento do teor de carne magra é promovido pela inibição da lipogênese bem como, o incremento na relação proteina/gordura deve ser explorado pela indústria cárnea uma vez que não afeta negativamente a qualidade do produto final.