Efeito da utilização do fator estimulador de colônia de granulócitos como profilaxia primária para neutropenia em pacientes com câncer de mama e tratamento adjuvante de quimioterapia com o protocolo doxorrubicina e ciclofosfamida seguido de docetaxel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Brasileiro, Luana do Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36539
Resumo: O câncer de mama é o segundo tumor mais incidente no mundo. A introdução da quimioterapia (QT) antineoplásica sistêmica adjuvante, como proposta terapêutica, trouxe benefícios como a redução do risco de recorrência e mortalidade por câncer de mama. Porém, observa-se a ocorrência de reações adversas induzidas pela QT, entre eles a neutropenia, uma reação incidente claramente relacionada a episódios de neutropenia febril. Tais eventos podem gerar impacto significativo nos custos hospitalares e comprometer a continuidade do tratamento. A utilização do fator estimulador de colônia de granulócitos (G-CSF) em protocolos de risco intermediário para neutropenia é indicado a depender das condições clínicas do paciente. A identificação de pacientes com risco aumentado de desenvolver neutropenia é um componente crítico na oncologia. O estudo visou analisar o efeito da utilização do G-CSF como profilaxia primária (PP) para neutropenia, em pacientes com câncer de mama e tratamento adjuvante de QT com o protocolo doxorrubicina e ciclofosfamida seguido de docetaxel (AC-T). Foi realizado um estudo de coorte, analítico, quantitativo, com coleta retrospectiva de dados de pacientes com câncer de mama, matriculadas em um instituto de referência para o tratamento oncológico no Brasil, no período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2018. As análises estatísticas foram realizadas no Stata®, versão 15.0. Foram empregadas análises brutas e ajustadas de regressão logística, tendo como medidas de efeito o odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC) de 95%. Como critério, foram selecionadas para os modelos ajustados variáveis com p-valor <0,200 nas análises brutas. Foi utilizada a seleção stepwise forward, o p-valor foi >0,050. A incidência de neutropenia foi de 53,1% durante a aplicação de AC, de 25,9% durante a aplicação de T nos pacientes que não fizeram PP, e de 15,0% durante a aplicação de T naqueles que fizeram PP. O uso de antibioticoterapia foi o manejo mais utilizado para neutropenia (n=70; 29,4%). Foram identificados poder preditivo das seguites variáveis em relação a ocorrência de neutropenia febril durante a aplicação de AC: anemia [OR: 3,23 (IC 95%: 1,26-8,28)] e a leucopenia [OR: 9,04 (IC 95%: 2,07-19,59)]. Durante o tratamento com T, a polifarmácia [OR: 1,95 (IC 95%: 1,28-3,32)], a presença de neutropenia persistente [OR: 1,33 (IC 95%: 1,08-2,24)] e a leucopenia [OR: 11,73 (IC 95%: 9,64-15,62)] foram considerados fatores preditivos. Houve benefíco estatisticamente significativo (p-valor <0,050) na morbimortalidade relacionada a neutropenia durante o tratamento com T, de acordo com a utilização de G-CSF como PP. Os resultados confirmam o efeito protetor do G-CSF como PP para neutropenia afebril e febril, e idicam fatores preditivos relacionados ao paciente.