Marcadores Antropogênicos em Coluna Sedimentar de Manguezal sob Influência de um Lixão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinto, Fernando Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24583
Resumo: Áreas de manguezais estão sujeitas à diversas pressões antrópicas e, como ambientes deposicionais, seus sedimentos registram o histórico ambiental. A gestão de resíduos sólidos é um dos desafios dos grandes centros urbanos e despejos irregulares próximos às áreas de manguezais são frequentes. O município de São Gonçalo na região metropolitana do Rio de Janeiro, consentiu o surgimento de um lixão às margens de manguezais, ativo por mais de 28 anos. Através de um perfil sedimentar, coletado próximo ao lixão, foi definida a geocronologia, sendo possível relacionar contaminantes à ocupação histórica da região, identificando as fontes e origens nas camadas do sedimento. Quantificou-se carbono orgânico total (COT), matéria orgânica (MO), biopolímeros e frações totais e disponíveis dos metais (Al, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni, Cu, Hg, Cd, Pb e Zn), além dos POPs representados pelos Σ16 HPAs prioritários e o Perileno, PCBs e POCs. As concentrações dos metais evidenciaram a atividade do lixão, assim como a MO, COT e os Biopolímeros. Fator de enriquecimento (FE) definiu o Co, Ni, Cr, Al, Fe, Mn e V como origem natural e o Cu, Cd, Zn, Pb, Hg como origem antropogênica. O Índice de Geoacumulação (Igeo) classificou os metais naturais como não poluentes. Os de origem antropogênica apresentaram contaminações moderadas a altamente contaminadas, mesmo após o encerramento do lixão. Apesar dos resultados dos compostos inorgânicos correlacionarem o lixão como principal passivo ambiental, os resultados de orgânicos apresentaram concentrações em toda coluna sedimentar, sendo correlacionados com a ocupação histórica. Destaque para os HPAs com origem pirogênica e concentrações moderadas, associados à queima de madeiras pelas olarias desde antes do lixão. Perileno indicou redução de biomassa vegetal, ou supressão de mangue. O DDE, antes do lixão, está associado à deposição atmosférica das intensas campanhas de saúde pública e, durante a atividade do lixão, os resultados sugeriram descarte irregular, coincidindo com seu banimento. Os PCBs apresentaram concentrações abaixo da legislação, mas próximos a valores encontrados em lixões que recebem resíduos industriais. Os POPs foram bons marcadores antropogênicos de ocupação urbana e contaminação ambiental pelo chorume de um lixão. A presença do lixão em área de proteção ambiental, indica a necessidade de retomada do processo de remediação, interrompendo o processo crônico de contaminação das duas APAs de Guapimirim e Itaoca.