Importância higiênico-sanitária de helmintos parasitas de Coryphaena hippurus (Linneasu, 1758) e Lopholatilus villarii( Ribeiro, 1915), comercializados no Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Aline Monteiro da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28441
Resumo: Os peixes possuem componentes nutricionais importantes para a saúde humana, a exemplo de certas gorduras que não são produzidas pelo nosso organismo e estão associados à redução de doenças coronarianas. O parasitismo no pescado tem sido registrado ao longo da costa brasileira, e a presença de larvas de cestoides Trypanorhyncha e nematoides das famílias Anisakidae e Raphidascarididae, podem levar à rejeição pelo consumidor, pelo aspecto repugnante que estes parasitos conferem aos peixes. Algumas espécies como as de nematoides, podem originar enfermidades graves em virtude da ingestão acidental de pescado parasitado. O presente estudo objetivou identificar taxonomicamente os helmintos parasitos de Coryphaena hippurus, provenientes de pesca esportiva oceânica de Cabo Frio, comercializados na peixaria do Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ), e de Lopholatilus villarii, comercializados em mercado de pescado do município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, apresentar seus índices parasitários, sítios de infecção e comentar a importância higiênico-sanitária. Em janeiro e novembro de 2014, sete espécimes de C. hippurus foram encaminhados para o Laboratório de Helmintos Parasitos de Vertebrados, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, RJ, onde foram necropsiados e seus órgãos investigados. Os helmintos foram identificados como plerocercoides de Tentacularia coryphaenae, um cestoide trypanorhyncha. Os espécimes de C. hippurus estavam parasitados por um total de 204 larvas com intensidade média (IM) de 36, abundância média (AM) de 36, e os sítios de infecção foram a musculatura, mesentério, estômago e serosa do fígado. Em outro estudo realizado, de setembro de 2015 a setembro de 2016, 31 espécimes de L. villarii foram encaminhadas para análise parasitológica no Laboratório de Inspeção e Tecnologia de Pescado, da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, UFF. Desses, 28 (90,3%) estavam parasitados por larvas de anisaquídeos e rafidascaridídeos identificados como Anisakis sp., Terranova sp., Pseudoterranova sp. e Hysterothylacium deardorffoverstreetorum (L3 e L4) com P = 3,2%, 22,6%, 6,4% e 87,1%, intensidade* e IM = 2*, 2, 1,5, 7,7, abundância** e AM = 0,06**, 0,45, 0,09 e 6,68, respectivamente. Os cestoides trypanorhyncha, identificados como plerocercos de Otobothrium sp., foram encontrados em 26 peixes com prevalência de 83,9%, IM = 15,9 e AM = 13,35. Os helmintos encontrados em L. villarii estavam presentes, principalmente, nas serosas do intestino, estômago e fígado e apenas uma única L3 de H. deardorffoverstreetorum foi encontrada na musculatura abdominal. Os helmintos encontrados em ambos os estudos, apresentaram importância higiênico-sanitária, no entanto, em C. hippurus, os plerocercoides de T. coryphaenae foram marcantes, pois estavam presentes de forma maciça na musculatura causando hemorragia severa, tornando impraticável seu comércio no mercado de peixe do ICRJ, enquanto que os nematoides Anisakidae e Raphidascarididae e cestoides Trypanorhyncha foram registrados pela primeira vez parasitando L. villarii. A presença desses parasitos, embora nas serosas, devem ser enfatizados, uma vez que os nematoides têm sido reportados como agentes zoonóticos e os trypanorhyncha, além do aspecto repugnante, devem ser investigados como possíveis causadores de alergia em humanos.