Escola e racismo: uma abordagem discursiva sobre livros didáticos de história

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mathias Netto, Mário Sérgio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9935
Resumo: Este trabalho é resultado de pesquisa sobre um dos efeitos produzidos pela sanção da lei 10.639, que a partir de 2003, tornou obri8gatório a inclusão de temas relacionados, especificamente, à história e à cultura afro-brasileira, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs): a produção de livros didáticos de história voltados exclusivamente para o estudo da história e cultura afro-brasileira em sala de aula em todo território nacional, como forma de combate ao racismo no Brasil.Com o auxílio teórico da Análise do Discurso, tal como é formulada por Pêcheux, na França, e Orlandi, no Brasil, este trabalho propõe, a partir da análise de sequências discursiva recortadas do texto da apresentação e do sumário da obra História e cultura africana e afro-brasileira, de Nei Lopes, questionar até que ponto ela representa um movimento na direção da superação do racismo no Brasil. Entendendo, da perspectiva discursiva, que as palavras assumem diferentes efeitos de sentido, quando enunciadas do interior de diferentes formações discursivas. A análise, ao longo de seu percurso, demonstra que, da posição africanista, os referentes ‘África’ e ‘Negro’ assumem efeitos d sentido inverso - e antagônicos – daqueles produzidos do interior de uma formação discursiva eurocêntrica, em que autores de livros tradicionais de história ocupam uma posição-sujeito para narrar a história (oficial) do Brasil. Dessa forma, constata-se haver tanto no silenciamento da África e da contribuição dos povos negros para a formação do Brasil – na perspectiva de uma his5tória oficial eurocêntrica -, quanto na necessidade de constituição de uma identidade negra na perspectiva do ativista africanista – não um movimento na direção da superação do racismo, mas, antes, um movimento que vai na direção de seu acirramento