Histórico da contaminação em sedimentos do estuário do Rio Morrão (Cubatão – SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Ferreira, Suéllen Satyro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3430
Resumo: Este estudo determinou os teores de Hg, Ag, Al, Ca, Cd, Co, Fe, K, Li, Mn, P, Pb e Zn em testemunho retirado do rio Morrão, localizado no estuário Santos- Cubatão, em uma das áreas mais industrializadas do Brasil, buscando estimar as fontes possíveis deste elementos e principalmente dos poluentes. As fontes mais prováveis são uma siderúrgica e uma fábrica de fertilizantes, ambas próximas a área de estudo e com portos próprios como principal meio de recebimento de matériasprimas e escoamento de produtos. Os resultados mostraram que a área possui altos valores de concentração para Hg (0,12-1,81mg.kg-1); Ag (0,04-1,36 mg.kg-1); Ca (0,15-3,18%); Cd (0,08-5,69 mg.kg-1); Co (8,30-17,0 mg.kg-1); Cu (13,9-79,7 mg.kg- 1); Fe (3,01-29,94%); Mn (204-2540 mg.kg-1); P (560-44079 mg.kg-1); Pb (20-196 mg.kg-1); Zn (67-499 mg.kg-1). Alguns destes teores podem ser comparados com áreas bastante degradadas no mundo. O Fe foi utilizado para datar o testemunho, com isso foram identificadas três fases de contaminação, Fase 1 entre 95-48 cm, com taxa de sedimentação de 2,76 cm/ano, correspondente a época de construção da usina e baixa produção de aço; Fase 2 entre 48-18 cm, com taxa de sedimentação de 3,75 cm/ano, período qual, houve uma grande aceleração na produção de aço; e Fase 3 entre 18-1 cm, com taxa de sedimentação de 1,0 cm/ano, relativo a implementação do controle ambiental em Cubatão e com a produção de aço ainda alta. Além disso, o Fe também foi utilizado como um rastreador dos poluentes oriundos da siderúrgica, e o P para a fábrica de fertilizantes. Assim, através de uma análise de componentes principais, os elementos Mn, Ag, Zn, Pb, Cu e Co foram relacionados a produção de aço, enquanto que o Ca demonstrou um comportamento difuso. O Hg, também não mostrou nenhuma tendência quanto às fontes citadas, assim foi sugerido que sua fonte seria o carvão utilizado na siderúrgica, de onde é retirado o C para fabricação do aço e também usado como fonte de energia. Entretanto as maiores concentrações encontradas para este elemento estão em profundidades que seriam correspondentes a época préindustrial, porém não há registros de atividades poluidoras para este período nesta região. Os fatores de enriquecimento se mostraram bem elevados. Alguns casos se mostraram extremamente críticos como Ag (20,62), Cd (41,51) e P (55,78), alertando para o fato de que a região está altamente impactada.