Modernidade e sensibilidade : a nova imagem de infância, criança e educação em Rousseau

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinheiro, Raques Lopes Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15931
Resumo: Esta dissertação visa suscitar uma reflexão sobre a relevância de se inserir a dimensão sensível na formação do caráter da criança, oportunizando-a novos modos de conhecer e sentir a si mesma e o mundo ao seu redor, modos que levem em consideração a sensibilidade. Assim, com um olhar atento à constituição da infância e da criança, este trabalho tem por objetivo repensar a educação considerando o aspecto estético, de maneira que razão e sensibilidade estejam em harmonia, na busca por uma educação cuja formação do sujeito contemple todos os seus aspectos. Nesse sentido, tendo como ponto de partida o estudo e o debate sobre a modernidade a partir da crítica de Jean-Jacques Rousseau à sociedade civilizada, busco discutir e analisar as proposições do filósofo sobre o vínculo entre sensibilidade e educação. Para tanto, faz-se primordial compreender as transformações históricas, culturais e sociais que ocorreram na modernidade, ressaltando os modelos de subjetividade, infância e criança que emergiram durante esse período. Para desenvolver o tema recorro à pesquisa bibliográfica, trabalhando na interface entre as áreas do conhecimento da história e da filosofia, com uma abordagem interpretativa e analítica. O estudo tem como fonte principal a obra Emílio ou da educação de Rousseau, bem como o Discurso sobre as ciências e as artes e o Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Para melhor desenvolver o tema, a pesquisa está embasada nas contribuições de vários autores, como Almir Santos, Arlei de Espíndola, Cláudio Dalbosco, Beatriz Cerizara, Ernst Cassirer, Francisco Falcon, Franco Cambi, Jean Starobinsky, Maria das Graças de Souza, Philippe Ariès, Robert Wolker, Salinas Fortes, entre outros. Com base nas proposições de Rousseau, enfatizo que o filósofo se posicionou levantando questões polêmicas e ousadas para seu tempo. Num contexto em que tudo passava pelo princípio da razão, Rousseau, crítico da razão exacerbada, defendia um iluminismo do tipo romântico que não valorizava somente a razão, mas, também, a sensibilidade. A partir dessa problemática, a educação da sensibilidade pensada à luz da premissa filosófica de que o homem no estado de natureza é naturalmente bom, nos proporciona atentar para a importância e a atualidade do seu pensamento ao transpor a criança para esse estado na tentativa de imaginá-la em condições de criar uma nova sociedade, revelando que a sensibilidade na constituição da criança visa humanizar, de forma a desenvolver o seu caráter para a alteridade, a piedade e a sociabilidade