Cartografando a dislexia no contexto escolar da rede pública municipal: desconstruções de uma suposta doença junto à profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Faver, Inácio Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23658
Resumo: Esta dissertação aborda a medicalização da aprendizagem e a necessária desconstrução da dislexia como doença para investigar sobre a possibilidade de aproximação da temática junto à rede de atenção básica de um município do Estado do Rio de Janeiro enquanto estratégia de educação e saúde. O objetivo do trabalho é a investigação de uma possibilidade de rompimento da lógica dos encaminhamentos da escola para o serviço de saúde e da "naturalização" de questões de aprendizagem transformadas em doença. A metodologia qualitativa utilizada abrangeu uma revisão da literatura na área e o trabalho de campo consistiu em encontros com as equipes do Núcleo de Atenção à Saúde da Família (NASF) da Secretaria Municipal de Saúde e do Núcleo de Atenção à Inclusão na Educação (NAIE) da Secretaria Municipal de Educação. Utiliza-se a metodologia colaborativa "não extrativista" enquanto viés metodológico no traçar do plano comum para circular por territórios não familiares e vivenciar com os diferentes atores momentos de pesquisa e intervenção. As rodas de conversas foram realizadas tendo como subsídio teórico o trabalho de Campos et. al. (2014). Foram discutidas questões arraigadas na cultura docente sobre a instalação do processo de leitura e escrita e os excessivos diagnósticos de "doenças de aprendizagem" emitidos pelos próprios profissionais da escola. Como intervir na cultura da medicalização da aprendizagem em um pequeno município do Estado do Rio de Janeiro foi a questão que guiou esse trabalho, e a perspectiva da intersetorialidade gerou caminhos possíveis de projeção de estratégias de linhas de fuga à serialização dos encaminhamentos sem retorno da educação para a saúde. Os modelos tradicionais de atuação profissional em saúde e educação têm sido alvo de críticas que não só revelam os equívocos e as ideologias que perpassam os encontros entre as duas áreas, como abrem espaço para a construção de práticas alternativas às que historicamente se constituíram como hegemônicas. Os resultados da pesquisa apontam para a rica possibilidade de uma construção conjunta de instrumentos potencializadores de práticas de educação e cuidados em saúde que contemplem a diversidade nas formas de ser e aprender, respeitando os direitos das crianças e dos adolescentes, em um compartilhamento de saberes