Cadeia produtiva do vinho no submédio São Francisco: um estudo das relações de mercado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Freitas, Isabela Kristina Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37336
Resumo: O Vale do São Francisco é uma região localizada no nordeste do Brasil, conhecida por suas condições climáticas favoráveis para a produção de uvas e vinhos. A região se destaca como pioneira, desde a década de 1980, na produção comercial de vinhos finos e espumantes no Semiárido Nordestino. A expansão e o fortalecimento da vitivinicultura tecnificada nessa região, ocorreu ao longo da década de 1990, com o desenvolvimento de novos cultivares e o crescimento de investimento de grupos empresariais na região e a partir dos anos 2000, a produção se fortalece ainda mais com a implantação de outras vinícolas e vitivinícolas e também com as iniciativas públicas. No entanto, decorrido mais de três décadas, percebe-se que não houve uma expansão significativa no número de vinícolas na região. Por outro lado, observa-se um movimento de concentração de capital para investimentos no setor vinícola da região, através de fusões. Além disso, a escassez de dados oficiais sobre a produção de uvas vinícolas, assim como sobre produção e comercialização dos vinhos da região, levam a questionar o desempenho atual da vitivinicultura do Vale do São Francisco. Assim, o presente estudo teve por objetivo estudar a cadeia produtiva do vinho na região do Submédio São Francisco para verificar os possíveis entraves na produção, processamento e comercialização que que possam resultar em conflito nos seus elos. A proposta metodológica consistiu na construção da base teórica, caracterização do mercado internacional e nacional de vinhos, delimitação e mapeamento da cadeia produtiva na região do Vale do São Francisco, análise das principais estruturas de governança, análise da estrutura de mercado e análise das margens de comercialização. Para tanto, foram utilizados dados primários, através de entrevistas e aplicação de questionários a agentes chaves da cadeia, assim como utilização de dados secundários. Entre os principais entraves identificados estão os elevados custos envolvidos na produção de vinhos no Vale do São Francisco, entre eles o transporte para os mercados consumidores do Sul e do Sudeste, os mercados fornecedores de insumos e a grande dependência de tecnologias de produção de vinhos no semiárido, já que grande parte dos insumos, embalagens, máquinas, equipamentos e assistência técnica vem de outras regiões do país ou até mesmo do exterior. Foi observada também, uma fraca coordenação da cadeia produtiva, apesar da existência de instituições/organizações locais relacionadas à atividade vitivinícola. O estudo das margens de comercialização apontou que os agentes de comercialização vem recebendo uma parcela bem superior a dos produtores de vinho, mesmo sendo esses, os que enfrentam os maiores riscos. E por fim, pode-se constatar que a região do VSF vem assumindo, nos últimos anos, uma direção contrária ao que vem acontecendo no Rio Grande do Sul, com o aumento significativo na produção de vinho de mesa e suco de uva.