Atribuindo Implicitamente emoção nas faces neutras: efeito no comportamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nudelman, Marta de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10538
http://dx.doi.org/10.22409/PPGMN.2018.m.14777700704
Resumo: Evidências convergentes sugerem que as expressões faciais são de extrema importância para a interação e comunicação social. A percepção emocional das faces pode influenciar na produção e regulação de estados afetivos que modificam comportamentos sociais adaptativos. Um fato não menos importante sobre as expressões faciais é que sua percepção e processamento cerebral podem ser modulados por traços individuais e pelo contexto no qual estão inseridas. Isto parece ser verdade especialmente para faces neutras por serem mais ambíguas e extremamente moduláveis. De fato, trabalhos prévios da literatura indicam que a percepção de faces é alterada por uma informação prévia. Entretanto, a quase totalidade destes trabalhos utilizou um desenho experimental no qual as informações prévias eram explicitamente associadas às faces (por exemplo, informações biográficas sobre as faces). Neste trabalho, utilizamos uma abordagem implícita de pré-ativação para atribuir emoção a faces neutras. Para isto, em uma amostra universitária saudável, investigamos se uma manipulação de pré-ativação por apresentação de um texto negativo (sobre abuso sexual infantil) em um primeiro experimento, promoveria efeito sobre o processamento de faces neutras em um segundo experimento. Como controle, outro grupo de participantes realizou a leitura de um texto neutro (sobre carteira de identidade). No segundo experimento, todos os participantes realizaram testes comportamentais divididos em duas tarefas amplamente utilizadas na literatura. A primeira consistia na tarefa de julgar a orientação de duas barras periféricas na qual as faces neutras eram apresentadas como distrativas e a segunda consistia na tarefa de julgar valência das figuras apresentadas, na qual as faces neutras estavam no foco da atenção. Os resultados mostram que a pré-ativação gerada pelo texto negativo do primeiro experimento promoveu um efeito na tarefa de julgamento da valência das figuras apresentadas, com aumento do número de faces neutras julgadas como negativas quando comparado ao efeito gerado pelo texto neutro. Este resultado confirma a hipótese principal desse trabalho de que a pré-ativação de informações negativas do primeiro experimento promoveria uma atribuição implícita de emoção às faces neutras apresentadas no segundo experimento. Já em relação ao tempo de reação, tanto na tarefa de julgamento de barras, como na própria tarefa de julgamento de valência das figuras, não foi observada nenhuma modulação pela pré-ativação induzida pelo texto prévio. Estes resultados evidenciam que uma informação apresentada em um experimento anterior e independente é capaz de alterar o comportamento em um experimento subsequente, mesmo quando realizado com intervalo de alguns minutos. Portanto, o presente trabalho acrescenta à literatura importante evidência de que nossos comportamentos e ações são moduláveis por informações precedentes de maneira implícita ou pouco percebida