Corpo, produção do comum e a potência de movimento : contribuições de Spinoza e Deleuze para o teorizar em educação física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Correia, Elder Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Mestrado em Educação Física
Centro de Educação Física e Desportos
UFES
Programa de Pós-Graduação em Educação Física
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
796
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/7179
Resumo: No debate acerca do objeto e da função social da prática pedagógica chamada Educação Física, podemos destacar, a princípio, dois momentos. O primeiro, pautado sobre o discurso da racionalidade científica, representado pelo conhecimento da biologia e da medicina, compreendeu o corpo e o movimento como algo puramente biológico, tendo a intervenção da Educação Física o objetivo de controlar o comportamento desse corpo, agindo sobre o mesmo. No segundo momento, a Educação Física buscou fundamentar sua prática pedagógica no conhecimento das Ciências Humanas, concebendo o corpo como uma construção social e discursiva, tendo o objetivo de sua intervenção denunciar os controles sociais sobre o corpo, apresentando as práticas corporais produzidas socialmente e historicamente pela humanidade. No entanto, mesmo havendo uma diferença entre os conhecimentos que fundamentam estes dois momentos, o corpo e o movimento são considerados o objeto da ação, seja do controle da natureza (primeiro momento) ou do controle social (segundo momento). Porém, recentemente vemos surgir um conjunto de concepções que buscam no próprio corpo possibilidades para não somente resistir a estes controles, mas produzir novos modos de subjetivação, sendo o corpo, portanto, ativo em frente a esses processos. Assim, é nesse terceiro conjunto de concepções que a presente dissertação está inserida. Neste sentido, nossa dissertação teve o objetivo de colocar o debate acerca do teorizar em Educação Física e sua função social/pedagógica em termos da problemática da percepção e produção comum a partir de um determinado circuito de afectos. Para isso, buscamos implicações nas obras de Deleuze e de Spinoza, sobretudo em conceitos como afectos, afecções, noções comuns, potência, conatus, gêneros de conhecimento, desejo e Corpo-sem-Órgãos. Isso nos levou a considerar que o objeto e a função social/pedagógica da EF, nesta perspectiva, consistem em criar um plano que torne possível a percepção e produção daquilo que é comum aos corpos em movimento numa determinada prática corporal: a potência de movimento. A esse plano chamamos de cultura corporal de movimento, ou seja, um plano de composição que não torna possível apenas o movimento já encarnado, na sua dimensão extensiva que são as práticas corporais, mas, também, a própria potência que fabrica o movimento (a potência de movimento), isto é, sua realidade intensiva. Assim, a cultura corporal de movimento seria o plano que possibilita a percepção e produção do movimento e da potência de movimento. Acreditamos que esse modo de problematizar dá à Educação Física a condição de conceber o corpo como condição para a produção de novos processos de subjetivação e outros modos de existência, em um horizonte ético-político do encontro nas práticas corporais.