Transformai as velhas formas do viver : sobre as potências da fotografia junto as paisagens urbanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Wentz Neto, Louis Emil Theodor
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Mestrado em Psicologia Institucional
UFES
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/2948
Resumo: A partir do encontro de uma frase pichada no parapeito de uma ponte, a presente pesquisa indaga sobre as paisagens urbanas e alguns dos modos de subjetivação em curso na cidade de Vitória. Em conjunto com o Laboratório de imagens da subjetividade (LIS), o pesquisador questiona-se sobre as possibilidades de construção de um dispositivo de interferência urbana por meio da fotografia. Utilizando-se de uma metodologia do caminhar pelas ruas e junto a técnicas da fotografia, cria-se nesse trabalho uma trajetória imagética de um olhar singular daquele que perambula pelas ruas da cidade, e que em um movimento semelhante ao piscar dos olhos retém instantes desses lugares e de suas pessoas. Instantes nunca grandiosos, nunca relevantes para os grandes veículos, mas que ainda assim, como os homens infames em Michael Foucault, são repletos de narrativas sobre um cotidiano da vida que passa em paralelo a um discurso maior. A fotografia, portanto, para além de uma prática que se dedica ao instante decisivo, como proposto por Henri Cartier-Bresson, é também o exercício da construção de instantes infames, que resistem e procuram por vozes e ouvidos, dizem de si e convidam a uma fala que não a da mera transmissão de informação. Essa fotografia enquanto ferramenta de intervenção carrega consigo, as potências do puctum, as potências clínicas de uma ferroada, de uma flechada, que feito os buracos em um muro, são capazes de nos ferir e abrir fendas na superfície de nossas peles enrijecidas. Essa fotografia aliada à clínica, abre espaços para outros ares, outros olhares e outros possíveis modos junto à cidade. E será menos por vias da luz e mais pelos instantes de cegueira, enquanto o obturador da máquina fotográfica abre-se à luz e os olhos se fecham, enquanto entregamo-nos às trevas, que a cidade conta suas histórias não oficiais, não lineares: suas narrativas infames que potentes em suas diferenças, insistem em não se renderem ao desejo de conformismo do ta tudo dominado e aos aparelhos de captura e de manutenção de um poder que se gostaria hegemônico sobre a vida.