As produções culturais das crianças como eixo de articulação curricular da educação física com a educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Zandomínegue, Bethânia Alves Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Doutorado em Educação Física
Centro de Educação Física e Desportos
UFES
Programa de Pós-Graduação em Educação Física
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
796
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/10770
Resumo: Esta tese apresenta, como objeto de estudo, as produções culturais das crianças no trabalho pedagógico da Educação Física com a educação infantil, por meio de campos de experiências com temáticas oriundas da cultura popular. Focaliza essas produções culturais como eixo de articulação curricular na educação infantil. Tem como objetivos: analisar como os principais documentos orientadores da educação infantil, no Brasil e no município de Vitória/ES, concebem a criança e, com base nessa concepção, organizam a dinâmica curricular e os modos de operar na/com a primeira etapa da educação básica; verificar como a produção acadêmica da Educação Física tem dialogado com esses documentos; investigar de que maneira a mediação pedagógica da Educação Física com a cultura popular se estabelece na dinâmica curricular com os diferentes campos de conhecimento e sujeitos no cotidiano da educação infantil; identificar as produções culturais das crianças na mediação pedagógica da Educação Física com a cultura popular, observando de que forma essas produções podem ser consideradas na dinâmica curricular da educação infantil. Para tanto, combina a Análise Documental, a Pesquisa-Ação Colaborativa e a Etnografia com crianças, dada a natureza do objeto e dos objetivos da pesquisa. Os dados foram produzidos com os diferentes sujeitos (professores de Educação Física, professoras de sala, bolsistas do Programa de Iniciação à Docência (Pibid/EF/Ufes), equipe pedagógica de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), famílias e crianças), por meio de diferentes fontes, como diário de campo, narrativas, registros de áudio, entrevistas semiestruturadas, imagens iconográficas, vídeos e desenhos das crianças. Os dados produzidos pela Pesquisa-Ação Colaborativa foram submetidos a um processo de análise e categorização por parte da pesquisadora e densamente entrelaçados. A análise interpretativa dos dados etnográficos ocorreu por meio de um processo de articulação interativa entre as categorias de análise. Como num emaranhado de fios e nós, as singularidades percebidas no cotidiano da inserção foram articuladas em um processo contínuo de produção do conhecimento em redes de sentidos e significados. O conjunto dos dados produzidos pela composição metodológica adotada neste estudo aponta o reconhecimento da criança como sujeito de direitos, produtora de cultura, e a escola como espaço de diálogo e valorização das produções culturais infantis, como aspectos fundamentais, subjacentes aos principais documentos orientadores da educação infantil, que favorecem a materialização de um currículo articulado com base na centralidade das crianças e de suas produções. Evidencia que os campos de experiências com as temáticas da cultura popular fomentam importantes canais de comunicação com as produções culturais infantis e as diferentes áreas, linguagens e sujeitos que praticam o cotidiano educativo. Destaca a incorporação dos saberes oriundos das culturas populares nas brincadeiras já praticadas pelas crianças como estratégia que amplia condições para que elas compartilhem e produzam novas culturas. Denota os desafios encontrados para a materialização de um currículo articulado com as diferentes áreas e sujeitos a partir das mediações da Educação Física com a cultura popular, como a questão da religiosidade, a resistência de algumas professoras ao trabalho colaborativo, a ausência de mediação pedagógica e espaço/tempo de planejamento coletivo entre as docentes.