Mulheres trabalhadoras de fazenda de uva de mesa no município de Petrolina: percepções sobre as transformações nas relações familiares, conjugais e sociais a partir de sua nova condição de trabalho assalariado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Lenk, Tarina Unzer Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Mestrado em Psicologia
UFES
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/3016
Resumo: A evolução econômica da agricultura irrigada das regiões de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) resultou na geração de postos de trabalho nas fazendas de uva de mesa para os quais as mulheres são preferidas, o que tem implicações para o comportamento feminino e para as relações sociais entre os sexos. Mesmo nessa nova condição as mulheres enfrentam tradições consolidadas e os mais diversos estereótipos. A maior parte delas ainda é contratada para realizar atividades de cultivo, extração e empacotamento, classificadas como ocupações femininas, e caracterizadas por baixos salários, excesso de horas de trabalho e pouca oportunidade de crescimento profissional. O objetivo do presente estudo é identificar aspectos da percepção das mulheres sobre transformações em sua vida familiar e conjugal nesta nova condição de trabalhadora assalariada. Busca-se conhecer como sua nova condição afeta a interação com cônjuges, filhos e outros parentes, e como se caracteriza seu ambiente de trabalho. Dez mulheres foram entrevistadas individualmente, no próprio ambiente de trabalho, respondendo questões sobre temas relacionados à sua história. As respostas foram submetidas à análise de conteúdo, tendo sido categorizadas, inicialmente, em três grandes blocos temáticos: relações de gênero; relações de trabalho; mudanças sociais e familiares. As mulheres relatam sentimento de reconhecimento social e realizações pessoais por conquistar espaço no mercado de trabalho. Elas reconhecem que ocorreram transformações de ordem pessoal e social, tais como: possibilidade de tomada de decisões próprias, ampliação das relações sociais, aquisição de outras visões sobre o mundo, contribuição ativa no provimento da família, e autonomia de controle de recursos financeiros que elas próprias geraram. Relatam ainda que o seu bem estar pessoal depende do bem estar da família, que não pode ser prejudicado por seu trabalho. Algumas delas vivem conflitos por entenderem que têm dificuldade de conciliar trabalho fora de casa com dedicação de tempo adequado às atividades familiares e conjugais, pelo fato de serem pressionadas socialmente para manter padrões tradicionais de gênero.