Criopreservação de tecido somático e obtenção de linhagens fibroblásticas derivadas do pavilhão auricular de onça-parda, Puma concolor (Linnaeus, 1771)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lira, Gabriela Pereira de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: CCA
Brasil
Centro de Ciências Agrárias - CCA
UFERSA
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://lattes.cnpq.br/8114638410593492
http://lattes.cnpq.br/5163879780123574
https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11463
Resumo: Os bancos de recursos somáticos desempenham um papel crucial na conservação da diversidade genética, permitindo a conservação de amostras biológicas de diferentes populações. As células somáticas de onça-parda podem ser recuperadas desses bancos e usadas em técnicas assistidas para promover sua multiplicação e conservação. Em resposta à redução da população desta espécie de importância ecológica, o presente trabalho teve como objetivos avaliar os danos causados pela criopreservação na formação de bancos de tecidos somáticos (Etapa 1), bem como caracterizar linhagens celulares após cultivo prolongado e criopreservação (Etapa 2). Para tanto, fragmentos do pavilhão auricular derivados de quatro onças-pardas mantidas em zoológicos da cidade de Fortaleza, Ceará, foram distribuídos em duas etapas. Na primeira etapa, fragmentos criopreservados e não criopreservados foram avaliados quanto à espessura da pele, cartilagem, número de células, número de halos perinucleares, percentual de matriz colágena, e atividade proliferativa tecidual. Além disso, células resultantes dos fragmentos cultivados foram avaliadas quanto à morfologia, aderência, confluência, viabilidade, atividade proliferativa, atividade metabólica, estresse oxidativo e níveis de apoptose. Na segunda etapa, células caracterizadas como fibroblastos por imunocitoquímica, foram avaliadas quanto ao período de cultivo (primeira, terceira e décima passagem) e efeitos da criopreservação sobre morfologia, ultraestrutura, viabilidade, atividade proliferativa, metabolismo, níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs), potencial de membrana mitocondrial (ΔΨm) e níveis de apoptose. Na primeira etapa, a criopreservação aumentou a espessura da camada córnea nos tecidos, o número de halos perinucleares e lacunas vazias. Apesar disso, a criopreservação foi capaz de manter os padrões normais de fibroblastos, mesmo apresentando aumento no percentual de fibras colágenas. Além disso, a criopreservação manteve o potencial proliferativo dos tecidos e dos parâmetros avaliados durante o cultivo in vitro, principalmente quanto à viabilidade, atividade proliferativa e níveis de apoptose. Contudo, células de tecidos criopreservados apresentaram diminuição do metabolismo e do ΔΨm. Na segunda etapa, as células mostraram uma morfologia fusiforme típica com núcleos ovais localizados centralmente. As células foram identificadas como fibroblastos por marcação com vimentina. O cultivo in vitro após a primeira, terceira e décima passagem não alterou a maioria dos parâmetros avaliados. As células na terceira e décima passagem mostraram uma redução nos níveis de EROs (P < 0,05). A ultraestrutura revelou dano morfológico nos prolongamentos e núcleos de células derivadas da terceira e décima passagem. Além disso, a criopreservação resultou em uma redução no ΔΨm em comparação com as células não criopreservadas. Em conclusão, tecidos somáticos de onça-parda submetidos à criopreservação são viáveis e mantêm a integridade do tecido, apresentando alterações mínimas após o aquecimento. Adicionalmente, fibroblastos viáveis podem ser obtidos de tecidos somáticos do pavilhão auricular de onça-parda, com pequenas alterações após a décima passagem de cultivo in vitro e criopreservação.