Associação entre variações meteorológicas e o presenteísmo entre docentes do ensino superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: RIBEIRO, Ciro de Souza Cardoso lattes
Orientador(a): CORRÊA, Marcelo de Paula lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Itajubá
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Departamento: IRN - Instituto de Recursos Naturais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/4051
Resumo: O trabalho ocupa grande parte do dia-a-dia da população, sendo, portanto, um fator importante para definir a qualidade de vida e saúde das pessoas. Em paralelo, todo indivíduo está sujeito às variações do tempo e do clima, e tal interação também influencia essas questões e tem associações importantes com a saúde coletiva. O fenômeno conhecido como presenteísmo-doença (P-D), situação em que a pessoa vai para o trabalho estando ou se sentindo doente, vem ganhando espaço nas pesquisas desde a década de 1990. Estudos sobre o P-D visam entender de que forma ir trabalhar, sem estar saudável, pode afetar a produtividade na empresa e até agravar o quadro clínico do trabalhador. Tais desfechos, tanto na saúde física quanto na saúde mental, podem estar relacionados às alterações de humor, afetando a disposição para realizar tarefas do dia-a-dia. Esses quadros podem ser mais graves em pessoas com mais sensibilidade às variações meteorológicas, denominadas meteorossensíveis; ou, então, entre aquelas que desenvolvem patologias quando há mudança abrupta no tempo, conhecidas como meteoropatias. A presente pesquisa foi conduzida em caráter exploratório, com 520 docentes do ensino superior de 19 estados e o distrito federal, com o objetivo de analisar a associação entre as variações meteorológicas e o presenteísmo na atividade docente. Verificou-se, também, a relação entre incidência de presenteísmo, a sensibilidade ao clima e o perfil sociodemográfico dos participantes. Para cumprir os objetivos foi utilizado um questionário com levantamento de dados sociodemográficos, saúde e estilo de vida, e os instrumentos Stanford Presentheism Scale (SPS-6) e Meteo-Questionnaire (Meteo-Q). Verificou-se que 460 professores (88,5%) relataram ter ido trabalhar adoecidos nos últimos 12 meses, sendo que 292 (56,1%) tiveram sua pontuação no SPS-6 abaixo de 18, o que é considerado baixa qualidade laboral por conta do problema de saúde, a pontuação global do questionário foi de 13,3 (DP = 5,5), Distração evitada 6,7 (DP = 3,6), Trabalho finalizado 9,3 (DP = 3,8). De forma geral, a amostra aponta queda no desempenho em suas atividades laborais devido aos problemas de saúde. Os problemas de saúde relacionados ao presenteísmo mais prevalentes na amostra foram: alergias, dores osteomusculares e estresse excessivo. Os indivíduos com alta meteorossensibilidade foram 151 (f = 29%%) e 85 (f = 16,3%) apresentaram indícios de meteoropatias. Para o sexo masculino as questões sobre meteorossensibilidade (MTS) tiveram média de 4,5 (DP = 3,3) e as questões sobre meteoropatia (MTP) obtiveram média de 4,4 (DP = 3,5), em relação ao sexo feminino a média obtida da amostra foi 6,2 (DP = 3,4) para as questões sobre meteorossensibilidade e um valor médio de 6,4 (DP = 3,1) para indícios de meteoropatias. Os sintomas mais frequentes relacionados as variações meteorológicas 5 incluem: apetite excessivo, fadiga, dificuldade de concentração, ansiedade, dores de cabeça, sonolência excessiva, irritabilidade e nervosismo e dores em gerais. Para analisar a associação entre as variações meteorológicas com o P-D, foi empregado a técnica de Regressão Logística Múltipla não condicional. O primeiro modelo múltiplo mais ajustado para a variável ocorrência de P-D contém as seguintes variáveis explanatórias: meteorossensibilidade (RC = 1,27), absenteísmo (RC = 3,59), prática de atividade física (RC = 0,44) e tipo de instituição particular (RC = 0,52). O segundo modelo múltiplo mais ajustado contém as variáveis explanatórias: meteorossensibilidade (RC = 1,25), absenteísmo (RC = 3,23), sexo (RC = 1,88) e prática de atividade física (RC = 0,44). Os resultados mostram que o aumento dos graus de MTS está associado ao aumento do P-D.