Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
PASCOAL, Patrícia Aparecida Gomes
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Orientador(a): |
MENDES, Davidson Passos
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Itajubá
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Desenvolvimento, Tecnologias e Sociedade
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Departamento: |
IRN - Instituto de Recursos Naturais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/3375
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Resumo: |
No campo da saúde mental e atenção psicossocial, o trabalhador presta assistência a um sujeito em sofrimento psíquico, pois aqui a doença está colocada entre parênteses para se ocupar do sujeito em sua experiência de sofrimento ou mal-estar. Essa estratégia é um rompimento com o modelo teórico-conceitual da psiquiatria que adotou a referência das ciências naturais para com-preender a subjetividade e passou a objetivar e coisificar o sujeito e a experiência humana ao se ocupar das doenças. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nos quais atuam profissi-onais de diferentes categorias na assistência aos pacientes em sofrimento mental, possuem uma prática singular que se caracteriza por uma organização flexível no acolhimento das pessoas em crise, por uma escuta de todos os envolvidos e por uma formação de laços afetivos e profissio-nais com estas pessoas. Neste contexto, este estudo tem por objetivo investigar as (im)possibi-lidades de gestão da saúde e segurança frente à organização do trabalho estabelecida, na ativi-dade assistencial ao paciente em sofrimento psíquico, dos trabalhadores atuantes no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) no interior de Minas Gerais. A abordagem metodológica e a abordagem teórica utilizadas nesse estudo foram baseadas na Análise Ergonômica do Trabalho (AET), por meio de observações (gerais e sistematizadas) e entrevistas (abertas, semiestrutura-das e de autoconfrontação) e na Ergológica, respectivamente, com a participação de 11 profis-sionais da saúde, entre efetivos e contratados. Os resultados revelaram que mudanças estruturais trouxeram impactos na assistência, pois há uma distância no que se refere à organização da rede de assistência à saúde mental preconizada pela Reforma Psiquiátrica e a organização real. Além disso, os embates e debates estabelecidos entre Saúde Mental x Psiquiatria, que aparecem no nível macro, atravessam as práticas e desencadeiam dramáticas nas atividades de trabalho evi-denciando nesse ínterim as (im)possibilidades da própria clínica, ou seja, o impossível do real (psicanalítico) presente no sofrimento psíquico que somente se torna possível pelo engajamento da palavra. Destaca-se que no contexto do estudo, os problemas relacionados à saúde e segu-rança têm demonstrado que há uma distância entre a tarefa e a atividade de trabalho ampliada também pelo modelo de gestão gerencialista ou tecnoburocrático fundamentado em prescrições, que sendo insuficientes evidenciam as (im)possibilidades do vazio de normas. O que ocorre é que: o como se trabalha, permanece na invisibilidade e a divisão do trabalho do modo como é realizada é também a divisão dos riscos, das responsabilidades dos acidentes, doenças, disfun-cionamentos. As possibilidades, nesse sentido, estão nas mudanças do modo de gestão: que pode abranger as precárias condições de trabalho apontadas pelos profissionais e a organização, cujas consequências estão visíveis através da alta rotatividade de profissionais no serviço, o que gera o fragmento do coletivo e impede de lidar com o risco de violência de forma satisfatória. Pois, se amplia esse campo de possibilidades, o trabalhador com seus saberes e valores, possuirá melhores condições de recriar seu meio e renormalizar para gerir a atividade e os riscos presen-tes garantindo um ambiente saudável e seguro e melhorias na assistência ao paciente em sofri-mento psíquico. |